COMENTÁRIO DOMINICAL: "QUASIMODO" OU "IN ALBIS"

 



O primeiro domingo após a Páscoa era conhecido pela cristandade desde os primórdios como o domingo "In Albis", que quer dizer "da alva". O mesmo também é chamado de Quasimodo (do latim "como se fosse"), em referencia a seu introito que faz menção a I Pedro 2,2: "Como crianças recém-nascidas, desejai com ardor o leite espiritual que vos fará crescer para a salvação". 

Esse também é o famoso domingo de São Tomé, pois o evangelho nos recorda da passagem em que Jesus após aparecer a seus discípulos na ausência de Tomé, reaparece aos seus e destrói toda a incredulidade ou a pouca fé do apóstolo que exclamará a mais bela confissão de fé da Igreja "Meu Senhor e meu Deu!" (João, 20, 28).

No versículo seguinte Jesus proclamará a bem aventurança dos crentes: " “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!” (João 20, 29).

Nesse interim, convido ao leitor a mergulhar nesse épico evento, onde o incrédulo se depara com a fonte suprema da verdade, convertendo assim a sua falta de fé na maior efervescência da credulidade. 

Mais de 1500 após Cristo destruir a amarras que aprisionavam a alma de Tomé, os jesuítas se depararam com as memórias dos povos originários das Américas, que relatavam a passagem de um tal "Sumé" em terras tupiniquins e arredores, para anunciar um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, que teria morrido na Cruz e ao terceiro dia ressurgiu.

Diante de um mundo cada vez mais descrente e distante de seu criador, consideremos esse domingo em especial para refletir sobre a nossa postura diante da fé e a interceder por aqueles que ainda se encontram na obscuridade da descrença.

"“Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé” (João 20, 27).

Tais palavras ressoem em seus corações, tu que tens uma fé vacilante ou oscilante, deixando de considerar a fé única e católica, tratando-a como uma amais ante tantas outras falsas; tu que tens uma fé seca, que crê sem levar em conta a caridade para com teu irmão; tu que tens a alma longe de Cristo, única verdade a preencher o vazio inquietante do ser humano; tu que tens a alma, mas considera-te um ser desalmado, pois nega ser criatura de teu criador, rebaixando-te a mero fruto de um ocaso impensado, mesmo diante de toda a sua complexidade e consciência existencial.

Contudo, para aqueles que creem, cuidado com a pedra da incredulidade, que mesmo para os grandes místicos e santos sempre se apresentaram em suas caminhadas para a eternidade. Não pense que a incredulidade seja apenas dos que não professam a fé, mas que são como moscas, que buscam tirar o seu foco e que visam contaminar-te com toda a suposição que possa te levar para longe da verdade única e bela que se encontra no Ressuscitado. 



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