02h - Jesus é entregue a Caifás
TESTEMUNHAS FALSAS CONTRA JESUS – JESUS SILÊNCIA.
É que o zelo de vossa casa me consumiu, e os insultos dos que vos ultrajam caíram sobre mim. (Sal 68, 10)
Fiz-me como um homem que não ouve, e que não tem na boca réplicas a dar. Porque é em vós, Senhor, que eu espero; vós me atendereis... (Sal 37, 15-16)
Enquanto isso, os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de o levarem à morte. (Mt 26, 59)
Muitos diziam falsos testemunhos contra ele, mas seus depoimentos não concordavam. (Mc 14, 56)
Mas Jesus se calava e nada respondia... (Mc 14, 61)
Levantaram-se, então, alguns e deram esse falso testemunho contra ele: Ouvimo-lo dizer: Eu destruirei este templo, feito por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, que não será feito por mãos de homens. Mas nem neste ponto eram coerentes os seus testemunhos. O sumo sacerdote levantou-se no meio da assembléia e perguntou a Jesus: Não respondes nada? O que é isto que dizem contra ti? Mas Jesus se calava e nada respondia. (Mc 14, 57-61)
JESUS SE DECLARA O CRISTO, O FILHO DE DEUS
Vi um ser, semelhante ao FILHO do Homem, vir sobre as nuvens do céu: ... A Ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-nO. Seu domínio será eterno... (Dn 7, 13-14)
És o Cristo, o Filho de Deus? - Eu vos declaro que vereis doravante o Filho do Homem sentar-se à direita do TODO-PODEROSO... (Mt 26, 63-64)
O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito? Jesus respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu. O sumo sacerdote rasgou então as suas vestes. Para que desejamos ainda testemunhas?!, exclamou ele. Ouvistes a blasfêmia!... (Mc 14, 64-64)
O INJURIAVAM
... Não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. (Is 50, 6)
Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas, dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu? (Mt 26, 67-68)
O JULGARAM RÉU DE MORTE
Senhor, ouvi a minha oração; pela vossa fidelidade, escutai a minha súplica... O inimigo trama contra a minha vida... (Sal 142, 1. 3)
Qual o vosso parecer? Eles responderam: Merece a morte! (Mt 26, 66)
Pai Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...
Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.
Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.
Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich:
Jesus é conduzido de Anás a Caifás
Ao ser conduzido à casa de Anás, Jesus passara já pelo lado da casa de Caifás; reconduziram-nO depois para lá, descrevendo um ângulo. Da casa de Anás à de Caifás haveria talvez a distância de trezentos passos. O caminho, que passa entre muros e pequenos edifícios pertencentes ao tribunal de Caifás, era iluminado por braseiros, colocados em cima de paus e estava cheio de uma multidão clamorosa de frenéticos judeus. Mal podiam os soldados reter a multidão.
Aqueles que tinham ultrajado a Jesus na casa de Anás, repetiram então a seu modo as palavras afrontosas desse último diante do povo e Jesus foi maltratado e injuriado em todo o percurso do caminho. Vi criados armados do tribunal afastarem pequenos grupos de pessoas que choravam, lastimando a Jesus, enquanto que deixavam entrar no pátio da casa de Caifás e davam dinheiro a outros que se distinguiam acusando e insultando o Divino Mestre.
O Tribunal de Caifás
Para chegar ao tribunal de Caifás, passa-se primeiro por um portão a um vasto pátio exterior, depois por outro portão a outro pátio que, com os outros muros, cerca toda a casa. (Nos trechos seguintes daremos a este pátio o nome de “pátio interior”).
A casa tem de comprimento mais de duas vezes a largura; a parte dianteira consta de uma sala, chamada vestíbulo ou átrio, lajeada, aberta, no meio, sem teto, cercada por três lados de colunatas cobertas, nas quais se acham também as entradas para o átrio. A entrada principal do átrio é no lado comprido da casa. Entrando ali, vê-se, à esquerda, uma fossa revestida de alvenaria, onde é mantida uma fogueira; dirigindo-se à direita, avista-se, atrás de algumas colunas mais altas e num plano alguns degraus mais acima uma sala coberta, que forma o quarto lado do átrio e tem mais ou menos a metade do tamanho desse. Nessa sala, no espaço alguns degraus mais alto, estão os assentos dos membros do conselho, dispostos num semicírculo. O assento do Sumo Pontífice está no meio da sala.
O lugar do acusado, com os guardas, achasse no centro do semicírculo; em ambos os lados e atrás dele, até o átrio, o lugar dos acusadores e das testemunhas. A esse estrado semicircular dos juízes, conduzem, no fundo, três entradas que dão para uma sala maior, de forma semicircular, ao longo de cujas paredes há também assentos. Ali têm lugar as sessões secretas. A direita e à esquerda da entrada, vindo do tribunal, há nessa sala portas e escadas, que dão para fora, para o pátio interior, que, seguindo a forma da casa, também é de forma semicircular. Saindo pela porta da sala, à direita e virando-se no pátio à esquerda do edifício, chega-se à porta de uma cadeia subterrânea, que se estende sob a sala posterior, que está num plano mais alto do que o átrio e assim dá lugar para adegas subterrâneas. Há diversos cárceres nesse pátio circular; num deles vi S. Pedro e S. João presos por uma noite, depois de Pentecostes, quando Pedro curou o paralítico na Porta Bela do Templo.
No edifício e em redor havia inúmeras lanternas e fachos; estava claro como dia. Além disso concorria também para a iluminação a fossa da fogueira, no centro do átrio; era como um fogão colocado dentro do chão, aberto em cima, onde se lançava o combustível, que me pareceu ser carvão de pedra. Nos lados sobressaiam, à altura de um homem, tubos parecidos com chifres, para deixarem sair a fumaça; no meio, porém, se via o fogo. Soldados, soldados, muita gente de populacho e falsas testemunhas subornadas apinhavam-se em roda do fogo. Também se achavam ali mulheres e raparigas de má vida, que ofereciam aos soldados uma bebida vermelha e coziam-lhes bolos por dinheiro. Era um movimento como nos dias de carnaval.
A maior parte dos conselheiros convocados já estavam reunidos em torno do Sumo Sacerdote, no semicírculo elevado do tribunal; de vez em quando chegavam ainda alguns. Os acusadores e testemunhas falsas quase enchiam o átrio. Muita gente quis entrar à força, mas era repelida pelos soldados.
Pouco antes da chegada do cortejo de Jesus, vieram. Também Pedro e João, revestidos dos mantos dos mensageiros do tribunal e entraram no pátio exterior.
João, com auxilio do empregado, conhecido seu, pôde mesmo entrar pela porta do pátio interior, a qual, porém, foi fechada atrás dele, por causa do povo impetuoso. Pedro, atrasado pela multidão, já encontrou fechada a porta do pátio interior e a porteira não quis deixá-lo entrar. João disse-lhe que lhe abrisse; mas mesmo Pedro não poderia ter entrado, se não tivessem chegado nesse momento Nicodemos e José de Arimatéia, fazendo-o entrar com eles. No pátio interior entregaram os mantos aos tais criados e colocaram-se silenciosos no meio da multidão, à direita, de onde se podiam avistar os assentos dos Juízes.
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