XXIV Domingo pós Pentecostes - IV Domingo Depois da Epifania. “Jesus impera aos ventos e ao Mar”. (Ev.)
O Evangelho deste domingo e do anterior foram retirados do
mesmo evangelho de São Mateus. Jesus manifesta a sua realeza e sua divindade
imperando aos ventos e ao mar; e o evangelho, para revelar a importância do
fato, põe em contraste a agitação furiosa das vagas com a tranqüilidade que
depois se seguiu. Mas é no seio da Igreja e no domínio íntimo das consciências
que se verifica sobretudo a realeza de Cristo. Por isso os padres viram no
vento ruidoso da procela o símbolo de satanás que levanta as tempestades de
perseguição contra os santos, e no mar tumultuoso, as paixões e as maldades dos
homens que não cessam de promover na terra o ódio e a violação da lei de Deus.
Na Igreja de Cristo ao contrário, é a grande lei da caridade que regula e
harmoniza todos os membros, porque se os três primeiros preceitos do Decálogo
nos impõem o amor de Deus, perfeito e absoluto, os últimos sete obrigam-nos,
como conseqüência lógica, ao amor de todos os homens, Na Epifania Jesus revê-la
se aos homens como filho de Deus e dar-lhes a faculdade de participar nos
privilégios e na realeza do seu corpo místico, se o quiserem o reconhecer como
tal e aceitar como Chefe e Cabeça. Todos os cristãos, com efeito, constituem um
corpo só em que Jesus
é a Cabeça, e todos se devem por conseguinte amar com aquele amor que dedicam
em intensidade e pureza ao próprio Jesus Cristo. Aquela barca frágil que voga
tranqüila entre as vagas, é a Igreja de Deus que vai conduzindo através da
tempestade dos séculos a divindade de Cristo. E à proteção do Salvador, que
leva dentro de si, deve o milagre de não deve desnortear aos assaltos das
vagas.
Leitura da Epístola
de São Paulo aos Romanos. Irmãos: A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a
não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a
lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não
cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas
palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal
contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.
Continuação do Santo
Evangelho segundo São Mateus. Naquele tempo: Subiu ele a uma barca com seus
discípulos. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande,
que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. Os discípulos
achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos! E
Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se,
deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. Admirados,
diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?
Fonte: (Missal
Cotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre Beneditino da Abadia de Santo
Andre – 1950)
Comentários