XIX Domingo Pós Pentecostes “Como entraste aqui, não tendo a veste nupcial?” (Evan.)'





É por estes dias (no primeiro Domingo de Outubro) que a Igreja lê no Oficio divino a história de Ester. Julgamos, pois que vem a propósito. Conforme a nossa intenção de rever o oficio a Igreja as figura do Antigo Testamento e de estudar a luz do Breviário e do Missal. a liturgia destes Domingo! Depois de Pentecostes. Julgamos que vem a propósito falar hoje de Ester Assuero, rei dos Persas, tinha-se casado com uma donzela judia chamada. Ester. Sobrinha de ardoqueu. Nomeara por outro lado intendente do Palácio o amalecita Amam, muito conhecido pelo ódio que alimentava contra os Judeus. Invejoso da preponderância que 08 Judeus, por intermédio de Mardoqueu e de Ester, exerciam no ânimo do monarca, o amalecita convenceu o rei de que os Judeus conspiravam contra a paz do reino, e fez levantar em todo o pais as forcas para as execuções. Ester então, violando o decreto preventivo do tirano, de que ninguém se aproximasse dele naquele; dias, entrou à sua presença e lamentou que ela e o seu povo fossem entregues assim ao extermínio. Conhecendo Assuero por este meio que Ester era judia e sobrinha de Mardoqueu, perguntou irritado: “ e quem ousa falar isso?”E então Ester respondeu: “O nosso inimigo, o cruel Amam”. Então o rei, enfurecido contra o ministro, mandou revogar o decreto promulgado contra os Judeus, e suspender Amam na mesma forca que ele preparara para Mardoqueu. Assim salvou Ester o seu povo. Isto mostra como Deus vigia por aqueles que esperavam nele. E as coisas ainda não mudaram “Eu sou salvação do povo, diz o Senhor, e se ele chamar por Mim, ouvi-lo-ei”. Quando a tribulação me oprimia, Vós, Senhor, dáveis-me coragem, e contra a cólera dos meus inimigos levantáveis a Vossa mão direita. Amam, que Assuero condenou tão severamente, é como aquele homem


do Evangelho que entrou no banquete sem a veste nupcial,e que o rei condenou às trevas exteriores. Deus tratará assim também todos os que, pertencendo ao corpo d a Igreja pela fé do Batismo, entraram na sala do banquete sem a veste das virtudes cristãs. Falta-lhes na alma a graça vivificante. São estranhos nas assembléias dos vivos. E é aqui visado particularmente o grande preceito da caridade: Rejeitando a mentira, digam todos a verdade a respeito do seu próximo. São membros uns dos outros. Que o Sol se Dão ponha sobre a vossa cólera. Os que não cumprirem este preceito serão lançados pelo juiz soberano nas trevas do Inferno, onde haverá pranto e ranger de dentes. Assuero encolerizado mandou prender Amam. “O rei, diz O Evangelho. Encolerizou-se e enviou três. seus assassinos para exterminar os assassinos e lhes queimar a cidade . “Mais dum milhão de Judeus morreu no cerco de Jerusalém. A cidade foi destruída e o Templo incendiado Amam foi substituído por Mardoqueu. Os convidados das núpcias foram substituídos pelos; que. se encontravam nas estradas e nas encruzilhadas e nos caminhos. Os Judeus foram substituídos pelos pagãos. Foi para estes últimos que os Apóstolos cheios do Espírito Santo se voltaram no dia de Pentecostes. E no juízo final, que estes domingos Simbolizam, serão promulgadas as sentenças definitivas, núpcias eternas aos bons eternas, e os pecadores serão lançados nas trevas exteriores.

 Epístola do Domingo:

Leitura de São Paulo Apóstolo aos Efésios (4, 23-28) - Irmãos: revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade. Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros. Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio. Quem era ladrão não torne a roubar, antes trabalhe seriamente por realizar o bem com as suas próprias mãos, para ter com que socorrer os necessitados.


Leitura do Evangelho:


Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 22, 1-14): Naquele tempo: Jesus tornou a falar-lhes por meio de parábolas: O Reino dos céus é comparado a um rei que celebrava as bodas do seu filho. Enviou seus servos para chamar os convidados, mas eles não quiseram vir. Enviou outros ainda, dizendo-lhes: Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete; meus bois e meus animais cevados estão mortos, tudo está preparado. Vinde às bodas! Mas, sem se importarem com aquele convite, foram-se, um a seu campo e outro para seu negócio. Outros lançaram mãos de seus servos, insultaram-nos e os mataram. O rei soube e indignou-se em extremo. Enviou suas tropas, matou aqueles assassinos e incendiou-lhes a cidade. Disse depois a seus servos: O festim está pronto, mas os convidados não foram dignos. Ide às encruzilhadas e convidai para as bodas todos quantos achardes. Espalharam-se eles pelos caminhos e reuniram todos quantos acharam, maus e bons, de modo que a sala do banquete ficou repleta de convidados. O rei entrou para vê-los e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial.  Perguntou-lhe: Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial? O homem não proferiu palavra alguma. Disse então o rei aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos.
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960

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