XV Domingo Depois de Pentecostes: "Jovem, eu te ordeno, levanta-te!" (Ev.)

"Jovem, eu te ordeno, levanta-te!" (Ev.)
As lições deste domingo são geralmente do livro de Jó, desse venerável patriarca da Idumeia, que Satanás quis experimentar com danada tenção para ver se este era realemante fiel a Deus com desinteresses ou porque lhe tinha cumulado de bens e riquezas. Um dia, diz o livro sagrado, Satanás apresentou-se diante de Deus e disse: Percorri a Terra inteira e vi seu servo Jó, que vós tem protegido e enriquecido de consideráveis riquezas. Estendei, no entanto, a vossa mão e tocai-lhe, juro-te que te amaldiçoará na tua face. E o Senhor respondeu: Vai e faze-lhe tudo que está em seu poder, mas não lhe retire a vida. Partiu Satanás e depois de tirar todos os bens, feriu-o com um chaga terrível e de odor insuportável, desde as plantas dos pés até a cabeça. É pensando na malícia de Satanás que a Igreja pede hoje ao Senhor que nos defenda das insídias do espírito das trevas. Jó clamava: "Na casa dos mortos é minha morada e o meu leito num lugar tenebroso. Disse ao pús que saia de suas chagas, tú és meu pai, e aos vermes, tú és a minha mãe e minha irmã. Consumiu a minha carne como um vestido roído de traças e os ossos pregaram-se na minha pele. Tende compaixão de mim, vós que ao menos que sois meus amigos, porque a mão do Senhor feriu-me". Porém ninguém atendia seu apelo, e desiludido dos falsos e ingratos, voltou-se para Deus, entoando o mais belo cântico de esperança que jamais se ouviu na face da Terra: "Eu sei que vive o meu Redentor, que me ressuscitará da terra no último dia. Então serei revestido da minha pele novamente e verei o meu Deus. Eu mesmo o verei e contemplarei com os meus olhos. Esta esperança vive dentro de mim.


A Santa Igreja, de que jó é figura, tem consciência dos ataques incessantes com que o demônio pretende destruí-la, e não cessa de pedir a Deus que a proteja, que a conduza e a defenda. A sua voz é ainda o eco da oração de Jó, a confissão humilde da sua impotência e a esperança invencível naquele que é poderoso e cheio de entranhas de misericórdia com os que o Invocam.


A Epístola é uma exortação freqüente e ansiosa para que andemos nos caminhos do Senhor e assim sejamos fiéis às aspirações do espírito. Se vivemos no espírito, andemos também em conformidade com ele, quer dizer, sejamos mais humildes, mais pacientes, tenhamos mais caridade com os que saem do caminho da justiça e pensemos que somos fracos também e que havemos de prestar apertadas contas dos nossos pecados a não dos pecados alheios.

O Evangelho, segundo a interpretação unânime dos padres, é um símbolo admirável da Igreja, deplorando os seus filhos que vivem em pecado mortal e pedindo aquele que veio a Terra para perdoar que se compadeça deles e os ressuscite.



Epístola do Domingo:

Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas (5, 25-26; 6, 1-10) - Irmãos: Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito. Não sejamos ávidos da vanglória. Nada de provocações, nada de invejas entre nós. Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação! Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo. Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine o seu procedimento. Então poderá gloriar-se do que lhe pertence e não do que pertence a outro. Pois cada um deve carregar o seu próprio fardo. Aquele que recebe a catequese da palavra, reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui. Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé.







Evangelho de Domingo:
 

Continuação do Santo Evangelho segundo São Lucas: Naquele tempo: Ia Jesus para uma cidade, chamada Naim; e iam com ele seus discípulo e uma multidão. E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que era levado um defunto a sepultar, filho único de sua mãe; e esta era viúva; e ia com ela muita gente da cidade. E, tendo-a visto o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse: Não chores. E aproximou-se e tocou o esquife. E os que levavam pararam. Então disse Ele: Jovem, Eu te ordeno, levanta-te. E sentou-se o que estava morto, e começou a falar. E Jesus o entregou a sua mãe. E todos ficaram possuídos de temor, e glorificando a Deus, dizendo: Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou o seu povo.
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

Comentários

POSTAGENS MAIS ANTIGAS