Liturgia Católica II: AS CORES LITÚRGICAS


1. Desenvolvimento. O cânon das cores litúrgicas não se conhecia na antiguidade cristã, porquanto nesta época a veste litúrgica era branca, conforme o uso geral profano. Nem se deriva das cores litúrgicas do antigo testamento. Pois não existiam vestes litúrgicas de cor predominante, mas só vestes guarnecidas de ornamentos de várias cores. 

Os primeiros vestígios de um cânon das cores litúrgicas acham se no tempo dos carolíngios.  Essencialmente, está fixo desde o século XII, abrangendo em Roma o branco, o vermelho, o verde e o preto como cores primárias; o escarlate, o amarelo, o roxo, como secundárias. Mas havia muita confusão nas cores e no seu emprego. Pio V suprimiu as cores secundárias e estabeleceu para a Igreja universal o cânon das cinco cores primárias: branco, vermelho, verde, roxo e preto, admitindo a cor de rosa em dois dias: (Gaudete e Laetare. (Rub. Gen. 18, 1.)

208. 2. Origem e simbolismo. A origem das cores litúrgicas deve-se procurar no simbolismo, que naquele tempo (700-900) estava muito em voga. Quiseram exprimir o caráter das festas ou épocas por cores convenientes, deixando-se guiar pelo senso comum. O branco é símbolo da pureza, da graça santificante, da alma pura, da alegria. O vermelho simboliza o fogo, o sangue, por conseguinte o amor divino e o martírio. O verde é a cor da esperança da vida (domingos). O roxo significa a penitência, lembrando as contusões de cor roxa. O preto é símbolo de luto. Das cores dos paramentos trata o missal por miado nas rubricas (Rub. Gen. 18, 19). Além disso, nos capítulos seguintes, indicar-se-ão as cores prescritas para as várias funções.

209. 3. Restrições. Outras cores são proibidas, por exemplo, a cor amarela ou de ouro. Tela de ouro puro substitui as cores branca, vermelha e verde; tela de prata, a cor branca. Permitem-se todos os matizes de uma cor, contanto que a cor claramente possa distinguir-se. Os paramentos de várias cores  em que nenhuma delas predomina, são proibidos. (d. 2769, V, 2.) Nos ornamentos, porém, p. ex., de flores, arabescos, outras cores se permitem. Nos paramentos pretos não podem ser postos emblemas fúnebres (caveiras, ossos, cruzados, cruzes brancas (d. 4174 ad 1); pois onde está Cristo, aí está a vida e a ressurreição.



Fonte: Curso de Liturgia - 2ª Edição - Pe. João Batista Reus, S. J. - Ed Vozes Limitada - Petrópolis - Rj 1944

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