Teologia Ascética e Mística: Da luta contra o mundo (Parte II)

Quando não nos pode seduzir, trata então o mundo de nos aterrar

Por vezes é uma verdadeira perseguição, organizada contra os crentes:privam-se da promoção, em certas repartições, os que cumprem publicamente os seus deveres religiosos ou os que mandam os filhos as escolas católicas.


Por vezes desviam-se da prática da religião os tímidos, metendo a risos os devotos, os tartufos, os ingênuos que acreditam ainda em dogmas sedicos, motejando das mães de família que persistem em vestir modestamente suas filhas, perguntando-lhes ironicamente se é assim que elas pretendem se casar. E quantos, realmente que vencidos do respeito humano, e mau grado os protestos da consciência, se deixam esvaziar por essas modas tirânicas que já não respeitam o pudor.


Em outras circunstâncias empregam-se ameaças:se fazerdes assim alarde deu sua religião não há lugar para vós em nosso escritórios (repartições, empresas, etc); se levardes tão longe os melindres do pudor, é inútil vir em nossas salas;se sois tão escrupulosos, não vos posso empregar em meu serviço; é necessário proceder com toda a gente, e enganar o público para fazer mais dinheiro.


E não há nada mais fácil do que deixar-se assim seduzir ou aterrar, pois que o mundo encontra um cúmplice em nosso próprio coração e no desejo natural que temos dos bons lugares, das horas e das riquezas.

(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística - AD. Tanquerey - 1961)

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