Liturgia Católica II: PRECES
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"Ave Maria Gratia Plena, Dominus tecum..." |
84. 1. Padre Nosso (ou Pai-nosso): É' a oração mais santa, mais sublime, mais essencial, mais geral e mais substanciosa de tôdas as orações.
1) É privilégio dos batizados; somente êles podiam rezá-lo publicamente nas reuniões dos fiéis; faziam-no pela primeira vez logo depois do batismo. Daí o uso de rezá-lo na administração dêste sacramento. Emprega-se também em outros sacramentos e bênçãos. 2
2) É dever dos batizados; já a "doutrina dos doze apóstolos" prescrevia que os cristãos o rezassem três vêzes por dia.
3) É parte integrante de tôdas as Liturgias da missa. Quanto os cristãos estimavam o Padre Nosso e sua dignidade de filhos de Deus, vê-se do criptograma achado por toda parte, da Inglaterra até o Egito e a Pérsia, e mesmo em Pompéia, destruída no ano 79, doze anos depois da morte de São Pedro. Por muito tempo resistiu a todos os esforços de decifrá-lo. Tem a forma seguinte:
R O T A S
O P E R A
T E N E T
A R E P O
S A T O R
É ao mesmo tempo símbolo da fé, sinal da cruz e princípio do Padre Nosso.
1. Símbolo da fé - Significa: Deus criador (Sator) é o Senhor (tenet) do céu (rotas = sol) e da terra (arepo = arado) e de tudo o que nela há (opera).
2. Substitui o crucifixo, tão odiado pelos pagãos, pela letra T e pela figura
T
E
T E N ET
E
T
3. Significa o Padre Nosso, quando se distribuem as letras do seguinte modo:
A
P
A
T
E
R
A PATERNOSTER O
O
S
T
E
R
O
85. 2. Ave Maria - 1) Origem: compõe-se das palavras do arcanjo S. Gabriel e de Santa Isabel dirigidas a Maria Santíssima. Desta forma já se empregava na Liturgia de S. Tiago, depois da consagração. Na Liturgia latina aparece no século IX na qualidade de ofertório do 4.° domingo do advento, lugar que ainda hoje ocupa. A palavra "Jesus" ou "Jesus Cristo" foi acrescentada no fim do século XIV; a petição Santa Maria, no século XV. Pio V prescreveu a fómula atual.
2) Uso: faz parte da Liturgia na recitação do breviário (tradicional), nas orações pelos moribundos e no exorcismo solene.
86. 3. Símbolo dos apóstolos (Credo) - 1) Uso: emprega-se no ofício divino, no rito do batismo e da ordem, no exorcismo solene. 2) Etimologia: deriva-se da palavra grega symbállo: componho. Era costume grego que, fazendo amizade entre duas pessoas, quebrassem um caco de vaso em duas partes, ficando cada um com uma parte. Ao encontrarem-se mais tarde, podiam verificar a amizade, compondo as duas partes. Assim, pelo símbolo, se conhece o amigo de Deus, o verdadeiro cristão. 3) Apostólico: comparando as variações conhecidas do simbolo, chega-se forçosamente à conclusão que remonta ao tempo dos apóstolos. 4) História: os catecúmenos recebiam o símbolo oralmente algum tempo antes do batismo (traditio), e deviam rezá-lo no ato do batismo (redditio). Os santos padres recomendavam a recitação do símbolo como grande proteção contra o demônio e as tentações. S. Agostinho diz: Recite-se ao menos duas vêzes por dia. Daí o rito de rezá-lo na prima e nas completas (Breviário tradicional).
Fonte: Curso de Liturgia - 2ª Edição - Pe. João Batista Reus, S. J. - Ed Vozes Limitada - Petrópolis - Rj 1944
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