Liturgia: Procissões

As procissões já se usavam no Antigo Testamento. Ao
regressarem do cativeiro da Babilônia, os judeus fizeram uma procissão em ação
de graças, ao redor das muralhas de Jerusalém (IIEdras, XII, 21-29). Obedecendo
a ordem de Deus, o povo Hebreu conquistou a cidade de Jericó depois de ter dado
sete volta nas fortificações, levando nesta procissão a Arca da Aliança (Josué
VI, 4). A entrada triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém, poucos dias antes do
grande drama da Paixão, é outro cortejo festivo muito parecido com uma
procissão.
Logo, não desacerta quem liga as procissões à tradição
Apostólica. Contudo, só se tronaram exeqüíveis depois de findar a era das
perseguições. Desde o século IV, vemos que se realizam, numerosas por
muitíssimos motivos: para transportar o corpo de algum mártir de algum
cemitério ou da Igreja para outro lugar; para colocar a primeira pedra de um
templo; para remover algum flagelo; para pedir a proteção de Deus para os
frutos da terra (Ladainha de São Marcos e das rogações). Igualmente, uma
espécie de procissão antecedia, não raro, a celebração solene dos Santos
Mistérios. O povo ajuntava-se onde tinha de esperar pelo bispo e dali
prosseguia processionalmente com ele até a Igreja chamada de estação,
previamente designada para rezar a missa.

As procissões extraordinárias não têm este caráter
permanente. São transitórias. De emergência. Motiva-as um caso passageiro. Será
para pedir o fim da estiagem ou a cessação das chuvas, ou de alguma calamidade
pública: fome, peste, guerra. Será para agradecer a Deus um acontecimento auspicioso,
para honrar as relíquias de um santo, levando-as em procissão, etc.
Com as procissões devemos relacionar as romarias ou
peregrinações. As mais afamadas são: - 1. Lugares Santos, da Palestina; - 2. Na
Itália, os túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, a Casa de Loreto; - 3.
Em Portugal, Nossa Senhora de Fátima; - 4. Na França, a gruta de Messabielle em
Lourdes. - 5. Na Espanha, São Tiago de Compostela, Nossa Senhora do Pilar, em
Saragoça; - 6. No Brasil, o Bom Jesus do Congonhas do Campo em Minas, Nossa
Senhora Aparecida, em São Paulo.
Fonte: Doutrina Católica - Manual de instrução religiosa
para uso dos Ginásios, Colégios e Catequistas voluntários - Curso Superior -
Terceira parte - Meios de Santificação - Liturgia - Livraria Francisco Alves -
Editora Paulo de Azevedo Ltda - São Paulo; Rio de Janeiro; e Belo Horizonte –
1927
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