II Domingo Depois a Epifania “Jesus transforma a água em vinho nas bodas de Cana”(Ev.)
Fiel as Promessas que fizera a Abraão, Deus enviou o seu
Filho para resgatar o povo eleito, que não circunscrevia à orbita judaica
somente mas compreendia os homens de todos os lugares e de todos os tempos,
Jesus é, pois, aquele Rei que a terra toda deve adorar e servir. Havendo sido
convidado às núpcias em Cana, diz Santo Agostinho, aceita o convite para nos
revelar o profundo mistério que nelas se encobre e que é a união de Cristo com
sua Igreja. Todos os Padres são Unânimes em ver neste milagre aí operado, além
da confirmação da missão redentora de Cristo, o símbolo da Eucaristia e da
Aliança que Jesus Cristo estabeleceu com as almas e selou com o sinete do seu
sangue e a qual se consuma na sagrada comunhão. São as núpcias divinas na
terra, prelúdio das eternas do Céu. Éramos água e Cristo fez-nos vinho, vinho
novo, duma vinha que é também nova e que foi regada com o sangue do homem-Deus.
Diz São Tomás de Aquino que a conversão da água em vinho é símbolo da
transubstanciação, milagre tamanho, que faz do vinho eucarístico o sangue da
aliança de paz que Deus estabeleceu com a sua Igreja.
Leitura da Epístola
de São Paulo Apóstolo aos Romanos: Irmãos: Temos dons diferentes, conforme
a graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o
conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se
tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que
distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com
zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade. Que vossa
caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem.
Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns
aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao
Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na
oração. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da
hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis.
Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. Vivei em boa
harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas;
afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios
olhos.
Continuação do Santo
Evangelho segundo São João: Naquele tempo: Celebravam-se bodas em Caná da
Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os
seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já
não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora
ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos
disser. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos
judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: Enchei
as talhas de água. Eles encheram-nas até em cima. Tirai agora ,
disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram. Logo que o chefe
dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que
o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e
disse-lhe: É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os
convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o
vinho melhor até agora. Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em
Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
Fonte: (Missal
Cotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre Beneditino da Abadia de Santo
Andre – 1950)
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