15 de Setembro - Nossa Senhora das Dores




Maria Santíssima deixa-se ficar de pé junto a cruz de Nosso Senhor, e, como predissera Simeão, "uma de dor atravessara-lhe a alma". Impotente, vira seu filho nas angústias da morte e recolhera-lhe o último suspiro. A dor que lhe ferira, à beira da cruz, o seu coração maternal, merecera-lhe a palma do martírio. Celebrada já no século XVII com grande solenidade pelos servitas, a festa das sete dores de Maria, só em 1817 fora estendida a Igreja Universal, em memória dos sofrimentos que a Santa Igreja padecera na pessoa do Pontífice exilado e detido e depois restituído à liberdade por intercessão da Senhora.

Pio X elevou-a em 1908 a categoria de festa de segunda classe e em 1912 fixou-a a 15 de setembro, oitava da Natividade. Assim como a festa das Sete Dores no tempo da Paixão nos lembra a parte que Maria teve no sacrifício de Jesus, esta no tempo depois de Pentecostes diz-nos, e cuja a devoção as Dores de Maria aumentam nos tempos calamitosos que atravessa.


Epístola

Leitura do Livro de Judite (13, 22 e 23-25) : Naqueles dias: Então todos, adorando o Senhor, disseram a Judite: O Senhor te abençoou com o seu poder, porque ele por ti aniquilou os nossos inimigos. Ozias, príncipe do povo de Israel, acrescentou: Minha filha, tu és bendita do Senhor Deus altíssimo, mais que todas as mulheres da terra. Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra, que te guiou para cortar a cabeça de nosso maior inimigo! Ele deu neste dia tanta glória ao teu nome, que nunca o teu louvor cessará de ser celebrado pelos homens, que se lembrarão eternamente do poder do Senhor. Ante os sofrimentos e a angústia de teu povo, não poupaste a tua vida, mas salvaste-nos da ruína, em presença de nosso Deus.


Evangelho do dia:

Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (19, 25-27): Naquele tempo: Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.


Stabat mater dolorosa

juxta Crucem lacrimosa,

dum pendebat Filius.

Cuius animam gementem,

contristatam et dolentem

pertransivit gladius.

O quam tristis et afflicta

fuit illa benedicta,

mater Unigeniti!

Quae moerebat et dolebat,

pia Mater, dum videbat

nati poenas inclyti.

Quis est homo qui non fleret,

matrem Christi si videret

in tanto supplicio?

Quis non posset contristari

Christi Matrem contemplari

dolentem cum Filio?

Pro peccatis suae gentis

vidit Iesum in tormentis,

et flagellis subditum.

Vidit suum dulcem Natum

moriendo desolatum,

dum emisit spiritum.

Eia, Mater, fons amoris

me sentire vim doloris

fac, ut tecum lugeam.

Fac, ut ardeat cor meum

in amando Christum Deum

ut sibi complaceam.

Sancta Mater, istud agas,

crucifixi fige plagas

cordi meo valide.

Tui Nati vulnerati,

tam dignati pro me pati,

poenas mecum divide.

Fac me tecum pie flere,

crucifixo condolere,

donec ego vixero.

Juxta Crucem tecum stare,

et me tibi sociare

in planctu desidero.

Virgo virginum praeclara,

mihi iam non sis amara,

fac me tecum plangere.

Fac, ut portem Christi mortem,

passionis fac consortem,

et plagas recolere.

Fac me plagis vulnerari,

fac me Cruce inebriari,

et cruore Filii.

Flammis ne urar succensus,

per te, Virgo, sim defensus

in die iudicii.

Christe, cum sit hinc exire,

da per Matrem me venire

ad palmam victoriae.

Quando corpus morietur,

fac, ut animae donetur

paradisi gloria. Amen.



Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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