Nossa Senhora do Sábado: Nossa Senhora de Garabandal
Aparição do Anjo:
"Estávamos justamente a comer as maçãs - conta ainda Conchita - quando ouvimos um ruído como de trovão, e todas a um tempo exclamamos:
"Parece que troveja."
Deve ter sido um trovejar um pouco estranho. Embora acostumadas a ouvir esses barulhos em pleno silêncio da natureza, naquele dia pareceu-lhes diferente. Tanto mais que, ao olharem na direçcão da Peña Sagra - um imponente maciço de 2.042 metros, que fecha por um lado o horizonte de Garabandal, e que muitas vezes aparece coroado de escuras e pesadas nuvens, de onde geralmente vêm as trovoadas - nada viram de especial. Que teria sido?
O ardente sol de verão já se inclinava sobre o horizonte, e todos os relógios da Espanha estavam prestes a dar as oito e meia.Nas quatro pequenas pecadoras, que acabavam de vir de uma aventura nada santa, aquele misterioso trovão soava como uma voz de Deus.
"Que desgraça!" - exclamou Conchita, " Agora que comemos as maçãs roubadas, o demônio deve estar contente."
"E o nosso anjo da guarda, bem triste." - acrescentou outra.
Conchita teve assim uma ideia:
"Para consolar ao anjo, vamos atirar pedras no diabo."
E na sua ingenuidade de pequenas montanhesas, juntaram umas pedras e começaram a dispará-las com toda a força para a esquerda, onde achavam que devia estar o diabo.
Cansadas de atirar pedras "e com a consciência mais tranquila, resolvemos jogar cinco-marias". Essa tranquilidade, porém, não durou muito, diante de algo estranho e terrificante que logo as dominou. É a própria Conchita que relata em seu Diário, iniciado em setembro de 1962: "De repente apareceu-me uma figura muito bonita, envolta numa luminosidade que em nada me feria a vista". A sua cabeça caiu para trás, com os olhos fixos nas alturas. "Jacinta, Loli e Mari-Cruz, ao verem-me nesse estado, pensaram que me tinha dado um ataque, porque eu, de mãos juntas, repetia: 'Ai! Ai! Ai!' Quando elas, apavoradas, iam chamar minha mãe, aconteceu o mesmo com elas".
Levantando os olhos na direçcão indicada por Conchita, exclamaram juntas:
"O anjo!"
Houve um curto silêncio, mergulhadas todas na mesma contemplação, e o anjo desapareceu.
A visão durou meia hora sem dizer uma palavra. No entanto, era com esta presença silenciosa que começava a história "mais maravilhosa da humanidade, depois do nascimento de Jesus", citação do Papa Paulo VI.
O relato de Conchita vem completado pelo de João Álvarez Seco, comandante da guarda civil: "Umas meninas" - conta ele , "que também brincavam por perto, ao verem as quatro naquela estranha posição, puseram-se a jogar-lhes pedras; então o anjo afastou-se uns 50 metros acima da mesma calleja. Uma vez ali, enquanto durava a sua posição estática de joelhos, quis passar por entre elas um morador da vila, que vinha do lado de cima, do monte, com um favo de mel na mão; vendo que não se arredavam para o deixar passar, e sem se aperceber do que estava acontecendo, ficou aborrecido com a 'pouca atenção daquelas meninas". Depois de se cruzar por elas, virou-se para trás e fitou-as mais atentamente. E grande foi a sua surpresa ao verificar que continuavam na mesma posição. Conta ele que, de noite, quase não conseguiu dormir, pensando naquilo tudo que lhe parecia tão estranho.
Na verdade o Anjo iria preparar os videntes para o encontro com a Virgem Maria, que iria passar-lhes as mensagens ao mundo, bem como profecias sobre o Final dos Tempos.
A aparição da Virgem Maria, 2 de Julho de 1961.

Apresenta-se sob o título do Carmelo, confirmando assim a devoção que consagra o mês de julho a Nossa Senhora do Carmo, cuja festa se comemora no dia 16.
Nesse Domingo, depois do terço, as meninas desceram em direçcão a Cosio para receber os irmãos de Conchita, que chegavam de viagem. Mas no meio do caminho tiveram de voltar, pois o público que afluía à vila reconheceu-as pelas fotografias e não as deixaram ir mais adiante.
Para sorte delas, vinha um Land Rover, um dos poucos carros em condições de enfrentar aquelas rampas, e convidaram-nas a dar boleia. Encontraram as ruas abarrotadas de forasteiros, entre os quais, onze padres, vários médicos e um abade. "Eram aproximadamente seis da tarde quando iniciamos a caminhada em direçcão à calleja, seguidas por todos. Mal começamos a rezar o terço, apareceu a Santa Virgem, ladeada por dois anjos. Um era São Miguel. O outro não conhecemos".
São Miguel. Ouvimos aqui, pela primeira vez, o nome do misterioso anjo que, ao longo dos 14 dias anteriores, conversava com as meninas. E hoje ele voltava escoltando a sua Rainha.
"Ambos vestiam da mesma maneira e pareciam gêmeos. Ao lado do anjo da direita, à altura da Virgem, vimos um olho de tamanho grande; parecia o olho da Deus".
"As pessoas" – conta ainda ," rodeavam-nos para abraçar e perguntavam o que ela tinha dito – ao menos algumas, porque a maioria não acreditava no que falávamos. As que acreditavam diziam que era como uma mãe que não vê as filhas já muito tempo. E então as filhas contam-lhe tudo... Em seguida levaram-nos à sacristia, onde um padre chamado Francisco Odriozola nos interrogou individualmente".
E como era a Senhora de luz que lhes aparecia? – todos queriam saber. E elas tentavam explicar da maneira que podiam. O pobre dicionário de rudes expressões, porém não era muito próprio para expressar coisas capazes de pôr em apuros até as inteligências mais iluminadas. Limitavam-se pois a traçar-lhe o retrato:

As jovens sabiam quando as visões iriam acontecer, por uma série de três chamadas (luminações) cada uma mais forte do que a outra. Após a terceira chamada, elas corriam para o lugar recluso, onde se deram as primeiras visões: ali prostrando-se de joelhos nas rochas ásperas pontiagudas, entravam em transe extático sobrenatural. As suas cabeças derreavam para trás, as pupilas dos olhos dilatavam-se, as suas faces perladas de suor com impressionante expressão angélica. Mantinham-se, assim nesta posição durante algumas horas, sem entretanto demonstrarem sinais de esforço muscular e de fadiga. Assim ficavam insensíveis a picadelas de alfinetes, queimaduras com fósforos e contactos físicos. Mesmo quando, de noite, durante as visões, holofotes ofuscantes eram centrados sobre as faces das jovens, as suas pupilas permaneciam imóveis e dilatadas. Durante tais transes o peso das jovenzinhas ficava tão excessivo que dois homens adultos tinham dificuldade em levantar uma jovem de 12 anos. No entanto elas levantavam-se, umas as outras, com a maior facilidade, para oferecerem um beijo a SSma. Virgem.
Quedas extáticas
Conforme as aparições iam continuando, um novo fenómeno começou a ocorrer : a Queda Extática. Apenas em êxtase, quer de joelhos ou em pé, as jovens caiam para trás, ficando esticadas no chão. Nunca se magoaram com isto, nem as suas vestes jamais ficaram imodestas, emaranhadas ou inconvenientes. Mantinham-se assim em êxtase, em posição horizontal e sem usarem das mãos para se recomporem, voltando depois à posição original, de joelhos ou de pé. Quando duas ou mais das jovens, em êxtase, caíam juntas, os seus movimentos eram perfeitamente sincronizados. Uma testemunha, Canon Júlio Porro Cardenoso, disse que era idêntico ao lançar de um jacto de luz dentro de um grande salão de conferência onde todas as luzes se apagassem simultaneamente. Quando as meninas jaziam ao chão, após uma queda extática, a posição dos seus corpos ressaltava algo como um sinal sobrenatural, e muitos espectadores descreveram como magnificas "esculturas".
Marchas extáticas
Outra característica excepcional das aparições, sobrevinda quase ao mesmo tempo da queda extática, é a MARCHA EXTÁTICA. De cabeças decaídas para trás, de uma maneira característica e sem verem para onde iriam, as meninas marchavam de braços dados para diante e para trás, sem a menor dificuldade, sobre terreno acidentado e perigoso e algumas vezes com passos tâo rápidos que os espectadores não conseguiam acompanhá-las. Uma testemunha, a Srta. Ascencion de Luís, descreveu num relatório, com data de 18 de março de 1962. um desses "võos": "A partir da aldeia, subindo a rampa rochosa até o pequeno bosque de pinheiros que pendia na direcção da aldeia... A menina subia a rampa e descia novamente para trás numa velocidade incrível". Por vezes as jovens faziam lembrar aviões planando no ar, quando aparentemente sobrevoavam o terreno, de braços estendidos, tocando apenas o chão com as pontas dos pés.

Quando as testemunhas ouviram dizer que Nossa Senhora queria beijar objectos religiosos, rosários, medalhas, crucifixos e anéis de casamento foram dados às meninas para que fossem dados a beijar a Nossa Senhora. Por muitas vezes, os objectos eram dados às meninas em grandes quantidades e duma forma que seria impossível distingui-los e entregá-los de forma correcta às pessoas a que pertenciam por direito. Ainda em êxtase e guiados por Nossa Senhora, as meninas nunca se enganavam na sua devolução aos respectivos donos.
Na última visita de Nossa Senhora, Ela disse a Conchita: “ Através do beijo que eu distribuí nestes objectos, o meu Filho realizará verdadeiros prodígios.” Esta promessa tem sido um facto real e continua a realizar inúmeras curas físicas, bem como conversões espirituais por todo o mundo.
Fonte: Mensagem de Garabandal
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