Santo Ofício: O mundo Pagão antes de Cristo: Os vícios que retornam...

A divindade Pagã Moloch - Bebês eram oferecidos em sacrifícios
em um ídolo que tinha uma fornalha em seu centro.
Quantas vezes nos deparamos com inúmeros discursos que se levantam dia e noite para se rebelar contra a sã doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Santa Igreja. Alegando estes, por vezes, que os ensinamentos do Divino Mestre e de sua Esposa estão ultrapassados e fora de uso. Estes mesmos acusadores, afirmam com veemência que a Igreja necessita renovar-se conforme os costumes do mundo hodierno.

Em muitos dos casos a sagrada legislação, chega a ser tratada como um absurdo, ao enfatizar a reprovação de Deus, ao comportamento desordenado do gênero humano e seus inúmeros vícios. O que na realidade vamos ver, é que estas afirmações, não são verídicas e nem possui fundamento que as sustentem.

Os ideais do mundo moderno são tão velhos quanto perigosos, e que se repetem ao longo dos séculos da história humana. O que realmente mudou fora a transformação do vício em virtude, e muita das vezes pelos próprios membros do corpo de Cristo, que subjugam portadores de um novo Evangelho (Gál 1,6).

Estes mesmos erros, que voltam a se repetir de forma mais abrangente e devastador, com suas consequências nocivas, estão ligadas diretamente ao conjunto dos indivíduos de nossa sociedade. Os vícios são provocados pela desordem no comportamento humano e que irá ocasionar a desordem na sociedade que por sua vez, irá combater a desordem atacando a consequência e não a raiz da desordem.

A palavra vício é derivante da palavra latina vitiu, que por sua vez significa um defeito físico ou moral; deformidade, imperfeição. O vício também pode ser disposição ou tendência habitual para o mal. Segundo Aristóteles o vício será uma falta de moderação, ou seja, será sempre o excesso e a falta entre dois pontos extremos e opostos.

Segundo santo Agostinho o orgulho é a fonte de todas as fraquezas, porque em si é a fonte de todos os vícios. Por sua vez é plausível concluir que a origem de todos os vícios está na soberba (Gn 3,1-8). A soberba leva a alma humana a sua cegueira total sobre si e o próximo. O soberbo não ama a Deus e nem o seu próximo na verdadeira caridade.

Santo Agostinho em sua obra literária "O livre arbítrio" comenta sobre os vícios (Cap 2):

“Insististe com veemência! Que a misericórdia de Deus nos venha em ajuda e abra a porta, a nós que nela batemos. Contudo, eu acreditaria facilmente que, se os homens em sua maioria são atormentados por essa questão, o único motivo é que eles não procuram a solução com piedade. E estão mais prontos a se desculparem do que a se acusarem de seus pecados. Com efeito, alguns admitem, de bom grado, que nenhuma Providência divina preside as coisas humanas. E assim, abandonando ao destino sua alma e corpo, entregam-se a toda espécie de vícios que os golpeiam e despedaçam. Negando os julgamentos de Deus, e menosprezando os dos homens, crêem livrar-se dos que os acusam, apelando para a proteção da sorte. Acostumaram-se a representar essa sorte pintan-do-a como pessoa cega. Assim, pensam ter eles mesmos mais valor do que ela, pela qual se crêem governados. Ou, então, confessam partilhar sua cegueira, ao sentir e falar dessa maneira. Poder-se-ia, sem absurdo, conceder a tais pessoas que todas as suas atividades são uma sequência de acasos, visto que caem em cada uma de suas ações".

A construção do pensamento católico é fruto da revelação divina ao longo dos séculos, desde nossos primeiros pais, passando por Abraão, pelos grandes patriarcas, profetas e figuras do Antigo Testamento, até a sua revelação máxima no Verbo divino. A sua continuação se dá pela afirmação de sua autênticidade e pelos seus legítimos representantes ao longo dos séculos. Inúmeros foram os pensamentos e as heresias que tentaram destruir esta riqueza, protegida e guardada por sua depositária.
O culto a Dionísio era acompanhado de bebedeiras e orgias.

"Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós". (São João 15,18). Eis a grande lógica deste mundo, odeia a tudo e todos que são diferentes e indiferentes a seus propósitos. Por isso odeia a Igreja e seus membros, pois são diferentes e indiferentes a sua filosofia mundana. Desta forma os caluniadores da santa religião usam de forma taxativa as verdades anunciadas pelo Salvador: “Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado”. (II São Pedro 2,2)

Na realidade os vícios tão pregados e tão amados pelo mundo são tão velhos quanto à serpente do Éden, que enganou nossos primeiros Pais (Gên 3). Apenas estão revestidos de uma roupagem nova, para parecerem aos olhos dos homens, como algo atual e digno de louvor. É chamado de “moderno”, tudo aquilo que diz respeito a este tipo de pensamento, costume ou doutrina. Poderíamos citar inúmeros destes vícios, como por exemplo, o da prostituição, que muitas das vezes é chamada de "profissão mais antiga do mundo" de forma falsa e tendenciosa, para propor de uma forma mais baixa a legalização deste ofício perverso. Legalizar a prostituição é o mesmo que reconhecer o adultério, a fornicação, e a sodomia e assim também rebaixar o valor e o status familiar de nossa sociedade, tão protegidos e reconhecidos na esfera cristã.

Um dos piores argumentos que se lançam é de que estamos em pleno século XXI e que tais argumentos não são mais válidos. Ora, se ao menos o indivíduo que declara tamanha incoerência utilizasse em outros termos, seria menos previsível. Podemos afirmar sim que estamos no século XXI, no século XXI da Era Cristã. Sendo assim, todo o conhecimento humano e suas conquistas tem que servir apenas em prol do bem natural do homem e não para sua ruína. Assim como já dizia o divino mestre: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam". (São Mateus 6,20), e ainda nos afirma São Paulo em um de suas epístolas: "cujo destino é a perdição, cujo deus é o ventre, para quem a própria ignomínia é causa de envaidecimento, e só têm prazer no que é terreno". (Filipenses 3,19).

Assim como vemos na afirmação do Apóstolo, alguns transformam o seu ventre em seu Deus e outros o fazem o mesmo com outras partes de seu corpo ou com seu próprio Ego, ou ainda divinizam seus vícios, e por pior que pareça ainda tentam justificar em nome do divino as suas atitudes ignóbeis.

Na próxima postagem vamos estudar e compreender:

- O triunfo do Cristianismo

Fonte:

História da Filosofia, Giovanni Reale, Paulos Editora - 2003

O Livre Arbítrio, Santo Agostinho, Paulus Livraria - 1995

Notícia da semana:



Comemorou-se no dia 13 de Abril o 67° aniversário do assassinato pelos partigiani comunistas do jovem seminarista Rolando Rivi, que não temia, em tempos de feroz hostilidade à Santa Igreja, usar o traje distintivo do clero. No próximo 18 de maio, a Congregação para a Causa dos Santos poderá reconhecer seu martírio in odio fidei.




No período transcorrido no seminário, o rapaz se distingue pela diligência, mantendo sempre firme decisão de tornar-se sacerdote. Quando voltava a sua casa, ajudava os pais nos trabalhos do campo e na igreja tocava o harmônio, acompanhando o coro paroquial, no qual cantava também seu pai.
Entrementes, a guerra se fazia cada vez mais áspera, mesmo porque justamente naquela zona montanhosa havia a presença de formações partigiane, criadas depois da queda do fascismo, que tinha levado à ocupação da península pelos alemães. À parte grupos minoritários de católicos democráticos, as fileiras partigiane eram compostas de comunistas, socialistas, e outros, unidos por uma forte ideologia anticatólica.

A ala mais extrema, a comunista, não se limitava a combater os alemães. Via no clero uma perigosa barragem para o próprio projeto revolucionário. O anticlericalismo tornou-se violento e cada dia mais ameaçador. Quando em 1944, os alemães ocupam o seminário de Marola, todos os jovens tiveram que voltar para casa, levando consigo os livros para poder continuar a estudar. Rolando continuou a considerar-se seminarista: além de estudar, frequentava quotidianamente a Missa e a Comunhão, recitava o rosário, meditava, visitava o Santíssimo Sacramento.

Embora tivesse sido aconselhado a fazer de outro modo, não deixou de usar seu hábito religioso: os pais, de fato, lhe diziam: “Tire a batina. Não a use por enquanto…” Mas Rolando respondia: “Mas porque? Que mal faço em usa-la? Não tenho motivo para tira-la”. Fizeram-lhe notar que provavelmente era melhor tira-la naquele momento tão inseguro. Replicou Rolando: “Eu estou estudando para ser padre e a batina é o sinal que eu sou de Jesus”. Um ato de amor que ele pagará com a vida.

Em San Valentino, primeiramente foi visado o pároco Padre Marzocchini. Uma manhã se veio a saber que alguns partigiani , durante a noite precedente, tinham-no agredido e humilhado. Como outros sacerdotes (Padre Luigi Donadelli, Pe.Luigi Ilariucci, Pe. Aldemiro Corsi e Pe.Luigi Manfredi) tinham sido assassinados pelos partigiani comunistas, o Pe. Marzocchini foi colocado em um lugar mais seguro e substituído na paróquia por um jovem Padre Alberto Camellini. Em 1º. de abril, todavia, o Pe. Marzocchini quis retornar à paróquia em San Valentino, mas a seu lado permaneceu o jovem sacerdote Padre Camellini, para com o qual Rolando tinha demonstrado logo grande simpatia. Em 10 de abril, quarta feira depois da Domenica in Albis, de manhã bem cedo, o rapaz já estava na igreja: celebrava-se a Missa cantada em honra de São Vicente Ferrer e Rolando participou, tocando o órgão. Terminada a cerimônia, antes de sair, combinou com os cantores para “cantar a Missa” também no dia seguinte. Saindo da igreja, enquanto seus pais iam trabalhar no campo, Rolando, com os livros embaixo do braço, dirigiu-se como de costume a estudar no bosque a poucos passos de sua casa. Vestia, como sempre, sua veste talar negra. Ao meio dia, seus pais o esperaram em vão para o almoço. Preocupados, puseram-se a procurar. Entre os livros, sobre a grama, encontraram um bilhete: Não o procurem. Veio um momento conosco. Os partiggiani”. O pai e o Pe. Camellini, extremamente aflitos, começaram então a andar nos arredores, à procura do rapaz. Entretanto, Rolando, levado à força pelos partigiani a um esconderijo no bosque, iniciava sua via crucis. Foi despojado de sua batina, que os irritava, insultado, golpeado com a cinta nas pernas e esbofeteado. Permaneceu por três dias nas mãos de seus algozes, escutando blasfêmias contra Cristo, insultos contra a Igreja e contra o sacerdócio. Segundo testemunhas, foi açoitado e sofreu outras indizíveis violências.

Um dos sequestradores, aparentemente, se comoveu, propondo deixa-lo partir. Mas outros recusaram, ameaçando de morte aquele que tinha proposto a soltura. Prevaleceu o ódio pela Igreja, pelo sacerdote, pelo traje que o representa e que aquele rapazinho nunca tinha querido deixar de usar. Decidiram mata-lo: Amanhã teremos um padre a menos”. Levaram-no, sangrando, a um bosque próximo a Piane di Monchio (na província de Modena), onde havia uma fossa já escavada. Rolando entendeu que ia morrer, chorou, pedindo que sua vida fosse poupada. Com um pontapé o jogaram no chão. Então pediu para rezar pela última vez. Ajoelhou-se e depois dois tiros de revolver o fizeram rolar na vala. Foi coberto com poucas pás de terra e folhas secas. A batina do “padreco” tornou-se uma bola para chutar, sendo depois pendurada, como um troféu de guerra, sob o telhado de uma casa vizinha. Era sexta feira, 13 de abril de 1945, comemoração do martírio do jovem Santo Ermenegildo (no ano de 585). Rolando tinha quatorze anos e três meses.

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