Catecismo Romano: "Creio na Santa Igreja Católica" (Parte III)

Com o nome de igrejas é costume de designar-se também as comunidades parciais da Igreja universal. O apóstolo fala da igreja que acha em Corinto (ICor 1,2), Galácia (Gál 1,2), Laodicéia (Col 4,16), e Tessalônica (Tess 1,1).

Chama de igrejas as famílias particulares de fiéis; envia pois, saudações a igreja que acha na casa de Príscia e Áquila (Rom 16,3-5). Noutro lugar escreve: "muitos vos saúdam, em o Senhor, Aquilas e Priscila com a cristandade que assiste em sua casa"(ICor 16,19). Na epístola a Filêmon emprega a mesma expressão.

Muitas vezes o termo igreja significa também seus chefes e pastores, "Se não te ouvir, declarou Cristo, dixe-o `Igreja" (Mt 18,17). A expressão se refere aqui aos chefes eclesiásticos.

Chama se também igreja o lugar em que o povo se reúne, quer para sermão, quer para outra função sacra (ICor 11,18-22).
No artigo que ora tratamos, por igreja se entende principalmente a reunião de bons junto com os maus, a qual abrange não só os chefes, mas também os subordinados.

Os fiéis devem ainda conhecer as propriedades da Igreja, para se compenetrarem no imenso benefício que Deus outorgou a todos os que tiveram  a sorte de nascer, e educar-se em seu grêmio.
O primeiro caráter que se propõe no Símbolo dos Padres é a unidade. "Uma só é a minha pomba, diz a Escritura, uma só é minha formosura" (Cant 6,8; 2,13,14).
Esta enorme multidão de homens dispersos em todas as direções, chama-se uma e una, em virtude das mesmas razões que o Apóstolo alegava aos Efésios para provar que há "um só Senhor, uma só Fé, e um só Batismo." (Efé 4,5). Há um só que a dirige e governa, Invisivelmente, é Cristo a quem o Eterno Pai constitui "Cabeça de toda a Igreja, que é seu corpo"; visivelmente, porém, é aquele que ocupa a cátedra de Roma, como Legítimo sucessor de São Pedro, Príncipe dos Apóstolos (Mt 16,18).
São Jerônimo Séc IV e V

Pelo Papado - Testamento dos Santos padres - São Jerônimo: Todos os Padres da Igreja eram unânimes ao afirma que era preciso uma cabeça visível, para assentar e manter a unidade de toda Igreja.
Esta necessidade, São Jerônimo a reconhece e defende, de modo formal, em seus arrazoados contra joviniano: "Um só é eleito, para que a instituição de um chefe remova toda ocasião de cisma". E ao Papa Dâmaso escreve: "Fuja a inveja, desapareça a pretensão de aspirar a suprema dignidade romana. Estou a falar com quem sucedeu  ao Pescador, como o discípulo da Cruz. Nenhum chefe supremo reconheço senão a Cristo; por isso me ponho em comunhão com vossa Santidade, isto é, com a cátedra de Pedro. Sei que por esta pedra está edificada a Igreja. Quem comer o cordeiro fora desta casa é profano. Quem se não recolher a Arca de Noé há de perecer por ocasião do Dilúvio".

São Cipriano Séc III

Santo Irineu (130 - 202 A.D.)

Santos Irineu e São Cipriano:  Muito antes, a mesma doutrina foi exposta por Santo Irineu por São Cipriano, que nestes termos discorreu sobre a unidade da Igreja: "Diz o Senhor a Pedro: Eu te digo, Pedro, que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, não obstante haver conferido, após a ressurreição, o mesmo poder a todos os Apóstolos, com as palavras: Assim como o Pai me enviou assim eu vos envio a vós (Jo 20,21).  Recebei o Espírito Santo (Jo 20,22). No entanto para estabelecer claramente uma unidade, quis pelo seu poder que a mesma unidade se derivasse de um só, etc."

Optato de Milive Século IV

Optato de Milive: Optato de Milive também declara: "A ti não se pode atribuir ignorância, pois sabes que, na cidade de Roma, a cadeira episcopal foi conferida a Pedro em primeiro lugar, e foi Pedro que a ocupou na qualidade de chefe de todos os Apóstolos. É nele apenas que todos deveriam guardar a unidade, a fim de que os Apóstolos não tivessem pretensões exclusivas a favor de suas cadeiras. Seria, portanto, cismático e insubmisso quem quisesse opor outra cadeira a esta, que é a única".
São Basílio Magno (329 - 379 A.D.)

São Basílio Magno: Mai tarde, escrevia São Basílio Magno: "Pedro foi posto como fundamento. Quando dissera: Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo (Mt 16,16); - ouviu também ouviu a resposta que ele era a pedra (Mt 16,18), se bem que não fosse a pedra como o era Cristo. Pois Cristo é a Pedra Inabalável, ao passo que Pedro é pedra em virtude desta pedra. Como Deus, Ele comunica aos outros suas próprias excelências: E sacerdote, e institui sacerdotes; é rocha, e põe rocha; o que Lhe é próprio, dá-o também aos seus servidores".


(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - 1962 - Ed. Vozes)

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