IV Domingo do Advento: "João preparava as almas para a vinda de Cristo pelo batismo e pela penitência" (Ev.)




Como toda a liturgia deste tempo, a Missa do IV Domingo do Advento tem por fim preparar-nos para as duas vindas de Cristo, vinda de misericórdia para o Natal, em que comemoramos o nascimento de Jesus, e vinda de justiça no fim do mundo. O Intróito, o Evangelho, o Ofertório e a Comunhão referem-se à primeira; a Epístola, à segunda; e a Oração, o Gradual e o Alleluia podem se aplicar a uma e a outra.



Encontra-se nesta missa as três grandes figuras do Tempo do Advento: Isaías: ele é a voz que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas... e toda a carne verá a salvação de Deus. Ao comentar a pregação do Precursor, São Gregório explica que a ira futura com que São João ameaça o auditório é o castigo final que o pecador não poderá evitar,
senão pela penitência: "o amigo do Esposo excita-nos a que não façamos apenas
frutos de penitência, mas frutos dignos de penitência. Tais palavras são um
apelo a consciência de cada um, convidando-nos a alcançar pela penitência um
tesouro de boas obras, que deve ser tanto maior quanto mais profundos foram os
estragos causados pelo pecado".



Vemos como a Igreja nunca perde de vista a última vinda de Jesus.
Recordando-nos a Santíssima Virgem e lugar principal que ela ocupa no mistério
do Natal a comunhão e o ofertório leva-nos ao nascimento em Belém. Na comunhão
escutamos a profecia de Isaías, que anuncia sete séculos antes do nascimento
virginal: Uma Virgem conceberás e dará a luz o Emanuel. O ofertório é uma
saudação delicada e pura em que a Santa igreja, ouvindo as palavras do Arcanjo
São Gabriel e de Santa Isabel, canta a graça especial de Maria ao gerar o homem
Deus. "Gabriel quer dizer força de Deus, explica São Gregório, foi enviado a
Maria, porque ele vinha anunciar o Messias, que se dignou a aparecer pequenino e
humilde para vencer a todos os potentados. Convinha que fosse Gabriel, a força
de Deus, a anunciar aquele que vinha como o Senhor dos Exércitos, Todo-Poderoso,
o Invencível nos combates, que havia de vencer todas as potências do
Mal".

A Oração alude a força de Deus, que antes de se mostrar na segunda vinda,
se manifesta já na primeira, pois, que é revestido da nossa fraca e mortal
natureza que Jesus vence o Demônio.

Vendo se aproximar a vinda de Jesus Nosso Salvador, digamos-lhe com a Santa
Igreja: "Vinde Senhor, não tardeis".


Evangelho de Domingo:
Continuação do Santo
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas:
No
ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos
governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da
Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina,
sendo
sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João,
filho de Zacarias.
Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo
de arrependimento para remissão dos pecados,
como está escrito no livro das
palavras do profeta Isaías (40,3ss.): Uma voz clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Todo vale será aterrado, e
todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver torto, e
os caminhos escabrosos serão aplainados.
Todo homem verá a salvação de Deus.

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