Santo Ofício: Desmascarando as Testemunhas de Jeová - "EU FUI TESTEMUNHA DE JEOVÁ"

Em síntese: As Testemunhas de Jeová constituem uma corrente religiosa extremamente proselitista e autoritária. O Sr. Antonio Carrera foi Testemunha durante treze anos na Espanha, chegando a ocupar altos cargos de direção na Congregação. Tendo deixando a seita, narra suas experiências no livro "Yo fui Testigo de Jeová", do qual vão abaixo extraídos alguns traços de relevo. autor mostra como o autoritarismo dos dirigentes da Congregação, que se dizem inspirados por Deus, é falso, pois caem em contradiçõesfreqüentes, sempre no intuito de indicar a data da vinda visível de Cristo à Terra e da inauguração do Reino milenar neste mundo. Além disto, Antonio Carrera arrola numerosas proibições e prescrições que as Testemunhas de Jeová devem aceitar e cumprir, deixando assim que a sua vida pessoal, familiar, profissional e cívica seja cerceada em larga escala para atender às concepções eatividades da seita.
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A Congregação das Testemunhas de Jeová (TdJ) é das mais proselitistas e radicais que existem no cenário religioso da atualidade: visitam as casas, procurando "catequizar" as famílias e vender livros ou revistas. Sabem ser insistentes e prontos para enfrentar qualquer objeção que se lhes faça; têm resposta pronta ou "pré-fabricada" para resolver as dificuldades...
Já expusemos em PR 157/1973, pp. 25-42 a origem de tal Congregação; outros artigos sobre a mesma foram publicados em PR 376/1993, pp.426-432; 344/1991, pp. 2-15; 355/1991, pp 556-562. Neste número proporemos o testemunho do Sr. Antonio Carrera, espanhol de Bilbao, que escreveu o livro "Yo fui Testigo de Jeová" (Editorial Caminho, Chi-huahua, Chih, México 1992).
Apenas para introduzir o assunto, é de lembrar que as TdJ foram fundadas por Charles-Taze-Russel 1 (1852-1916), nascido em Pittsburg (USA), de família presbiteriana. Em 1870 tornou-se adventista. Como tal, refez os cálculos referentes à segunda vinda de Cristo, que ele assinalou para 1874 (ano em que Russell se separou do Adventismo oficial); depois, indicou-a para 1914 e finalmente para 1918. Infelizmente, porém,Russell faleceu em 1916.
O seu sucessor foi o juiz Rutherford, que, tendo ido à Europa em 1920, aí anunciou o início da idade de ouro para 1925. Esse novo líder da seita, até então dita "dos Estudiosos da Bíblia", fez que tomasse o nome de "Testemunhas de Jeová". Rutherford morreu em 1942. Atualmente as Testemunhas têm seu centro principal em Brooklyn (Nova Iorque), onde são editados dois jornais, também traduzidos para o português: "Torre de Vigia" e "Despertai-vos!".
Como dito, a seguir, extrairemos do livro de Antonio Carrera alguns dos dados mais relevantes.
1. TRAÇOS AUTOBIOGRÁFICOS

1.1. Minha desilusão como Testemunha de Jeová
"Meus caros leitores, peço a Deus que nunca tenham de sofrer a desilusão religiosa que experimentei, ao descobrir a falsidade das TdJ. Dou graças a Deus por sua bondade e misericórdia, pois me salvou de me afundar no ateísmo, como costuma acontecer a quase todos os que abandonam a seita da 'Torre de Vigia'. Eu, que vivi na Igreja Católica durante vinte e oito anos e depois me tornei inimigo dela, retornei ao seio da mesma. Sou católico, e desejo reparar, de algum modo, o mal que fiz, escrevendo para alertar as ovelhas de Cristo contra os falsos profetas chamados Testemunhas de Jeová.
Permaneci treze anos na seita, e ocupei na mesma altos cargos, como dirigente. Entre outros, fui membro do Comitê da Congregação, Superintendente do Campo, Ministro da Escola, Conferencista em Bilbao, Durango, Munguia, Guernica, Barcelona, Eibar, San Sebastian, Irun,Pamplona, Burgos, Santander..., Organizador de assembléias e Orador nas mesmas.
Em virtude do meu caráter entusiasta e do meu zelo propagandista, visitei milhares de lares pregando os falsos ensinamentos da seita e fazendo proselitismo. Praticamente dediquei todo o meu tempo, durante os treze anos passados com eles, pois só à tarefa de pregar apliquei 3.542 horas, vendi 570 livros, 580 folhetos e 3.700 revistas. E quantas pessoas levei para a seita?!
1.2. Como se faz uma TdJ

Meu caso é semelhante ao de mil outras pessoas que se fizeram Testemunhas. Eu vivia minha existência normal como católico, com esposa e meu primeiro filho. Em 1961 eu tinha 28 anos, a idade das inquietudes religiosas. Dessa data em diante as TdJ tornaram-se novidade e notícia na Espanha, e como tais atraem a curiosidade, especialmente a de pessoas simples e carentes de formação religiosa e intelectual.
O anzol da 'Torre de Vigia' apanha três tipos de pessoas: os muito ignorantes, que são a maioria; outras, que não são tão ignorantes e têm o gosto das coisas espirituais. O terceiro grupo, o dos chamados 'panças', é o dos que entram na Organização com a esperança de receber algum benefício.
O primeiro contato com as Testemunhas costuma ser deslumbrante. Propõem o ingresso num grupo, em que, segundo eles, todas as pessoas são excelentes, bondosas e amorosas em grau máximo. Nas primeiras reuniões atordoam o candidato com saudações e gentilezas; mas isto dura pouco; depois ninguém se ocupa com ninguém a não ser para observar se falta às reuniões ou se sai com freqüência para visitar as casas, vendendo a literatura respectiva. Oferecem a salvação e a vida eterna na Terra, feita paraíso após o fim do mundo, que deve acontecer de um dia para o outro, embora já haja mais de cem anos que o anunciam. Então a Terra gozará de paz; não haverá doenças nem cemitérios, pois ninguém morrerá. Todavia, é claro, ninguém se poderá salvar a menos que seja TdJ.
Desde a primeira visita ao lar, enchem a casa de livros, folhetos e revistas — pagos, sem dúvida — portadores da mensagem da seita. Um membro desta vai instruir semanalmente o candidato, e não o solta mais. A lavagem de crânio que ele realiza, leva o indivíduo a aceitar disparates, como o de deixar morrer um familiar, de preferência a lhe darem uma transfusão de sangue. Incutem o ódio contra toda religião e todo Governo — o que não deixa de acarretar uma série de problemas. Também levam a romper com amigos e familiares — o que resulta em mais estreita adesão ao grupo e em fanatismo.
Em cinco horas de reunião semanal, além das de estudo particular, incitam o candidato a pregar mais e mais e a vender livros, já que o fim do mundo está perto. E, para que a pessoa acredite em tudo isso, dão-lhe a Bíblia das TdJ, tradução adaptada ao modo de pensar jeovista.
Passei treze anos escravo dessa Organização diabólica, sem vontade de ver ou querer outra coisa senão o que vinha das Testemunhas.

1.3. Como descobri a falsidade
Após estar treze anos de posse daquilo que, em minha cegueira, eu julgava ser um diamante valioso — a verdade das TdJ —, fiz a experiência de dolorosa desilusão. Fiquei vazio espiritualmente, e passei quatro meses doente. Entre os que viram o erro e abandonaram seita comigo, estão minha esposa, meus três filhos, meu irmão Abel com sua família, e outros.
Eis o que aconteceu: numa conversa amiga com uma Testemunha antiga na seita, ela criticou os ensinamentos da mesma. Disse-me que, se eu conseguisse ler livros antigos da Organização (não mais editados), eu verificaria uma multidão de mudanças e erros nas suas doutrinas — embora estas, segundo as TdJ, sejam inspiradas por Deus. Esta conversa me deixou cheio de dúvidas, dúvidas que se confirmaram quando pude examinar sete livros antigos, de ano de 1918, que casualmente caíram em minhas mãos.
Decidido a abandonar a Congregação, quis comunicar as razões disto a quem competia, mas não me deixaram falar. E, sem me conceder oportunidade de explicar-me, expulsaram-me, acusando-me de sectarismo. Proibiram a todos os membros que me falassem, sob ameaça de serem também eles expulsos. Na verdade, já excomungaram dois, pelo único motivo de terem falado comigo.

Continua no próximo post...

Fonte: PERGUNTE E RESPONDEREMOS 390 – novembro 1994

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