Teologia Ascética e Mística: Da soberba da vida
Soberba |
205. A este orgulho vem juntar-se a vaidade, pela qual se busca desordenadamente a estima, a aprovação, o louvor dos outros. É o que se chama vanglória. Porquanto, como faz notar Bossuet" «se estes louvores são falsos .ou injustos, que enorme é .o meu erro em neles tanto me comprazer! E, se são verdadeiros, donde me vem essoutro erro, de me deleitar menos com ,a ,verdade que com o testemunho. que lhe prestam os homens?» Coisa estranha, na verdade! Mais nos desvelamos pela estima dos homens que pela, virtude em si mesma, e mais humilhados nos sentimos duma inadvertência pública que duma falta secreta. Quando este defeito se vem a assenhorear de alguém, não tarda em produzir outros: a jactância, que nos inclina a falar de nós mesmos, dos nossos triunfos; a ostentação, que procura atrair a atenção pública pelo luxo e fausto; a hipocrisia, que se mascara dos exteriores da virtude, sem se importar de a adquirir.
206,. Os efeitos do orgulho são deploráveis: é o maior inimigo da perfeição: 1) porque rouba a Deus a sua glória, e por isso mesmo nos priva de muitas graças e merecimentos, pois Deus não quer ser cúmplice da nossa soberba: «Deus superbis resisiit»; 2) é a fonte de numerosos pecados: pecados de presunção, punidos com quedas lamentáveis e vícios odiosos; de desânimo, quando o orgulhoso vê que caiu tão baixo; de dissimulação, porque lhe custa confessar as suas desordens; de resistência aos superiores, de inveja e ciúme a respeito do próximo, etc.
(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística - AD. Tanquerey - 1961)
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