Santo Ofício: A Revolução Sexual (Parte II): Freud, propulsor da revolução sexual

Como neste mês cumprem-se 150 anos do nascimento de Sigmund Freud (6 de maio de 1856), meus passos se dirigiram ao famoso nº 19 da Bergstrasse. Uma rua comum, não longe do prédio central da Universidade de Viena. Ali viveu por quase 50 anos o inventor da psicanálise. Além de seu domicílio, ele tinha ali também seu consultório.

No local onde examinava seus pacientes, não encontramos nada de especialmente pessoal. Chama a atenção apenas o famoso “divã”, onde se recostavam os que aceitavam submeter-se a seus exames.

Nada fazia prever que naquele lugar, pacato durante os anos em que Freud exerceu suas atividades, montava ele uma verdadeira revolução dos costumes. Com efeito, as tendências desordenadas da sensualidade sem freios, que vinham crescendo ao longo de todo o século XIX, lutavam para encontrar no terreno ideológico uma doutrina que as justificasse; e assim mais facilmente as libertasse das leis, da moral, dos costumes e da mentalidade provenientes de épocas de fé católica, que contrariavam profundamente essas más tendências.(1) Tal foi o papel da doutrina freudiana.

Contagiando com a “peste”

Freud e o freudismo estão intimamente ligados à "revolução sexual".(2) Conta Ernest Jones –– discípulo de Freud que escreveu sua vida –– que, chegando ambos a Nova York, comentou Freud olhando do convés do navio para o porto dessa cidade: “Estamos lhes trazendo a peste”,(3) referindo-se ao método de psicanálise que iria espalhar entre os americanos. Com efeito, das doutrinas de Freud surgiu e se afirmou a “revolução sexual” do século XX, expandindo-se sobretudo a partir dos EUA.
Fabricou-se então o homem dito do século XX –– “descomplexado”, quer dizer, sem barreiras morais –– o qual assistiu sem espanto à instalação da inteira liberdade sexual dos jovens antes do matrimônio, o aborto, a queda das barreiras do horror diante da homossexualidade, etc. Este foi o resultado da revolução freudiana — até o momento, pois uma locomotiva sem freios não se detém numa rampa descendente.

Surgimento do “homem novo”

É possível cair mais baixo? Infelizmente, sim. Freud o tentou quando quis divinizar o instinto sexual, como fizeram algumas religiões pagãs da Antiguidade na Grécia e na Índia, por exemplo.
Para consegui-lo, não basta dar livre curso às tendências desordenadas do homem, que o levam a afastar-se de Deus e até odiá-lo. É preciso dar-lhes uma nova visão do mundo, idéias e meios para modificar tudo aquilo em que se acreditava”.
O marxismo e o freudismo estão intimamente ligados, na revolução do século XX. A filosofia marxista é uma práxis que pretende modificar o mundo. “Os filósofos não fizeram mais do que dar diversas interpretações ao mundo; mas o de que se trata é de transformá-lo", dizia Engels. E acrescentava: "Marx Über Feuerbach" (Marx acima de Fuerbach).(4) De maneira semelhante, o freudismo não é apenas uma teoria sobre a psicologia humana, mas sobretudo uma práxis — a técnica psicanalítica tem como meta transformar o homem a partir de seus fundamentos instintivos e tendenciais. De tal maneira as metas da Revolução comportam uma mudança radical na cultura e na civilização, que a natureza do homem range ao tentar acomodar-se ao novo mundo desejado por ela. É necessário pois que surja um "homem novo".
Um "homem novo" coletivizado, não “egoísta”, amoral, em uma nova relação com a natureza, que terá repudiado especialmente a Religião católica como uma "ilusão". Tal é a meta da evolução da psique, segundo a teoria freudiana, e que vem ao encontro das necessidades dos teóricos do comunismo, que edificam sua utopia sobre a base desse homem-massa, homem escravo.
O "deus" Eros

Segundo Freud, existem dois instintos básicos que governam absolutamente a vida do homem e da sociedade: o instinto de morte, que prevaleceu até agora por meio da civilização moderna, industrial, dominada pela técnica, que tende a impor a violência de uns sobre os outros e dos homens sobre a natureza, levando pouco a pouco e inevitavelmente à destruição da humanidade. Opondo-se a thanatos (o instinto de morte), surge das profundidades da psique o instinto sexual, o "deus" Eros, que tende a unir todos os homens pelo amor. A maturação final desse instinto deve resultar — mediante a união panteística de todos os seres humanos no seio desse "deus" — numa paz universal e perfeita.
"Poderes obscuros, insensíveis e com desamor determinam o destino do homem", escrevia Freud em seu artigo “Weltanschauung”,(5) onde expunha sua visão do mundo. Poderes ocultos estes que, para ele e seus mais imediatos colaboradores, foram tomando cada vez mais claramente a forma de uma religião.
“Freud tinha um interesse apaixonado pelo diabo. Rodeou-se de pessoas interessadas pelo diabólico, como Jung, Frenczi, Rank, Reik, Lou Salomé, etc. Vivia atraído por dois pólos: o racional e o irracional. Materialista e mecanicista por um lado, e interessado em ocultismo, parapsicologia, religião e magia por outro”.(6) Que relação existia, na mente de Freud, entre o "homem novo" psicanalítico e sua fascinação pelo ocultismo?
No museu da Bergstrasse 19, após lançar um último olhar sobre as figurinhas esotéricas, que evocam o preternatural, sobre a escrivaninha de Freud, saímos à rua, onde o homem do século XXI se agita inquieto, cheio de ilusões de felicidade; e onde a fé encontra apenas um pequeno espaço, na grande maioria das pessoas, enquanto o neopaganismo avassalador torna-se terreno fértil para a aceitação dos mitos religiosos do mundo antigo, que não conheceu Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele, que nos redimiu com seu sangue, nos ensinou ser "o caminho, a verdade e a vida”. É a única senda para alcançarmos o Céu.

Notas:
1. Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, I, 5, Artpress, 4ª ed., S. Paulo, 1998.
2. Cfr. Wilhem Reich, La Révolution sexuelle, prólogo da 4ª edição.
3. "Ils ne savent pas que nous leur apportons la peste", Freud a Jung, lorsqu'ils arrivent en Amérique www.grigri.tv/blablas/livre-noir-psychanalyse-
4. Quelle: Marx-Engels Werke, Band 3, Seite 553 ff. Dietz Verlag Berlin, 1969.
5. Std. Ed. tomo XXII, p.167.
6. Cfr. Freud e o Diabo, Luise Urtubey.

Fonte: Catolicismo

Notícia da semana:

Google criticada por ceder à pressão global para impor a agenda gay

WASHINGTON DC, 23 Jul. 12 / 09:59 am (ACI/EWTN Noticias).- A pressão da companhia Google para obter o reconhecimento legal das relações homossexuais em países como a Polônia ofendeu os seus críticos, que asseguram que a firma deveria preocupar-se com as violações contra direitos humanos fundamentais básicos em outros lugares.

Em diálogo com o grupo ACI no dia 17 de julho, o diretor do Instituto Tertio Millenio de Cracovia (Polônia), Pe. Maciej Zieba, lamentou que “a Google não pode distinguir entre discriminação, tolerância e promoção”.

“Na minha opinião, seria muito melhor se a Google, com o mesmo zelo, se concentrasse nas violações de direitos humanos em muitos países da Ásia e África, onde são violados direitos humanos elementares”.

No dia 7 de julho em Londres, o diretor do departamento de Diversidade e Inclusão da Google, Mark Palmer-Edgecumbe, disse na Conferência Global de Lugares LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) para o trabalho que desenvolverá iniciativas em todo mundo como parte de seu “muito ambicioso trabalho”.

“Queremos que nossos empregados que são gays ou lésbicas ou transgêneros tenham a mesma experiência fora do escritório como a que têm dentro dele”, disse.

A campanha se enfocará em países como a Polônia, que não reconhece os “matrimônios” homossexuais, e Singapura, que criminaliza os atos homossexuais.

Um registro de 8 de julho da página de diversidade da companhia afirma: “a Google acredita que os direitos LGBT são direitos humanos. Estamos nos associando com organizações ao redor do mundo para despenalizar a homossexualidade e eliminar a homofobia”.

Entretanto, o gigante da Internet modificou posteriormente a forma de apresentar sua campanha. O escritório da companhia em Varsovia (Polônia) recentemente recebeu o político e ativista homossexual Krystian Legierski para uma “conversação de escritório aberto e um almoço para discutir a importância das leis de associação civis”.

O P. Zieba se sentiu surpreso pelo uso inicial de uma linguagem de fé por parte da Google. A promoção de uma fé, disse, será uma “espécie de trabalho “missionário”.

“Mas esta forma de trabalho missionário no século XXI parece bastante anacrônica, e realizá-la desde o exterior é um sintoma de mau gosto”, assinalou.

O sacerdote indicou que a discriminação contra a mulher, perseguições religiosas, a falta de liberdade de expressão e a perseguição da oposição política em outros países são causas muito mais importantes.

O P. Zieba também rechaçou a afirmação de que os católicos poloneses são intolerantes.

“Os católicos devem opor-se a qualquer forma de intolerância ou discriminação”, afirmou o sacerdote que também assinalou a existência de “representantes de minorias sexuais” no parlamento nacional e nos meios de comunicação.

O comentarista católico polonês-americano George Weigel também criticou a campanha da Google, dizendo que não significa “nada de bom” para a defesa do matrimônio e da moral pública.

Em um correio enviado ao grupo ACI no dia 14 de julho, Weigel disse que “não vejo por que é um assunto do Google a forma que a Polônia defina por matrimônio o que é definido pela natureza, não pelos fornecedores de Internet, nem pelos governos”.

Weigel disse que o ativismo gay na Polônia foi “o mesmo que em outras partes”, em referência a que “uma pequena minoria vendeu exitosamente a falsa noção de que a homossexualidade é o equivalente à raça para os propósitos das leis de direitos civis e humanos”.

Os católicos na Polônia e nos Estados Unidos, disse, deveriam escrever às companhias que apóiam as agendas políticas homossexuais e expressar “sua oposição a esta propaganda”.

A iniciativa da Google assinala o trabalho da companhia nas celebrações do orgulho gay, em cidades dos Estados Unidos, em São Paulo (no Brasil), Tel Aviv (Israel) e Varsóvia (Polônia). Seus sócios incluem a Campanha de Direitos humanos, a Associação Nacional de Jornalistas Lésbicas e Gays, e a StoneWall.

Entre os apresentadores convidados na Conferência “Legalizem o Amor” da Google, figuraram Peter Tatchell, um ativista britânico com uma história de ações anti-católicas e anti-cristãs. Em abril de 1998, junto a outros ativistas, ele irrompeu durante o Sermão Pascal do Arcebispo de Canterbury, no Reino Unido.

Em 2004, Tatchell e outros ativistas, usando uma linguagem insultante para os fiéis e o clero, bloquearam o ingresso à Catedral de Westminster (Reino Unido) e impediram que os católicos fossem à Missa de Domingo de Ramos.

O ativista britânico se opôs s defesa da liberdade religiosa de agências de adoção cristãs que queriam dar crianças em adoção apenas a casais casados.

A carência destes amparos causou o fechamento de muitas agências católicas de adoção no Reino Unido.

Tatchell também foi um dos que pediram a prisão do Papa Bento XVI durante sua visita ao Reino Unido em 2010.

Fonte: ACI Digital

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