Teologia Ascética e Mística: Da Parte da Santíssima Virgem, dos santos e dos anjos na vida cristã (Parte VIII)
A excelência deste ato:
É um ato de confiança absoluta, já excelente como tal, mas que ademais contém os atos das mais belas virtudes.
(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística - AD. Tanquerey - 1961)
É um ato de confiança absoluta, já excelente como tal, mas que ademais contém os atos das mais belas virtudes.
1) Um ato de religião profunda piara com Deus, Jesus e
Maria: com ele, efetivamente, reconhecemos O supremo domínio de Deus, o nosso
próprio nada" e proclamamos de todo o coração os direitos que Deus deu a
Maria sobre nós.
2) Um ato de humildade, pelo qual reconhecendo o nosso nada
e a nossa impotência, nos desapossamos de tudo quanto Deus Nosso Senhor nos
deu, restituindo-lhe pelas mãos de Maria, de quem, depois dele e por Ele, tudo
recebemos.
3) Um ato de amor cheio de confiança, pois que o amor é o dom
de si mesmo, e,para se dar, é necessária confiança perfeita e fé viva. Pode-se,
pois, dizer que este ato de consagração se é bem efeito freqüentemente renovado
de coração, e posto em prática, e mais excelente ainda que o ato heróico, pelo
qual não se abandona mais que o valor satisfatório dos próprios atos e as
indulgências que se ganham.
Os frutos desta devoção.
Derivam da sua natureza.
1) Por este meio glorificamos a Deus e a Maria do modo mais
perfeito, pois lhe damos tudo o que somos e tudo o que ternos, sem reserva e
para sempre; e isto fazemo-lo da maneira que lhe é mais agradável, seguindo a
ordem estabelecida pela sua sabedoria, voltando a Ele pelo caminho que Ele seguiu
para vir a nos.
2) Por este meio asseguramos outrossim a nosso santificação
pessoal. É que, na verdade, Maria, vendo que nós lhe entregamos a nossa pessoa
e bens, sente-se vivamente: estimulada a ajudar a santificar aqueles que são
por assim dizer propriedade Sua. Obter-nos-á, pois graças abundantes para nos
permitir aumentar os nossos pequenos tesouros espirituais que são seus, e para conservá-los
e fazê-los frutificar até o momento da morte. Para isso usará tanto da
autoridade do seu crédito sobre o coração de Deus, como da superabundância dos
seus méritos e satisfações.
3) Enfim a santificação do próximo e sobretudo das almas que
nos estão confiadas, não pode deixar de lucrar com isto; confiando a Maria a
distribuição dos nossos méritos e satisfações segundo o seu beneplácito,
sabemos que tudo será empregado da maneira mais acertada; Ela é mais prudente,
previdente e dedicada que nós; por conseguinte, os nossos parentes e amigos só
podem lucrar com isso.
Objeta-se que por este ato alienamos todo o nosso haver
espiritual, sobretudo as nossas satisfações, as indulgências e sufrágio que
poderiam oferecer por nós, e que assim poderíamos ficar longos anos no
purgatório. Em si, é verdade; mas é uma questão de confiança: temos nós, sim ou
não, mais confiança em Maria que em nós mesmos e em nossos amigos? Se sim, não receamos
em nada: Ela terá cuidado da nossa alma! e dos nossos interesses, melhor do que
nós o poderíamos fazer; se não, não façamos este ato de consagração total, de
que poderíamos vir mais tarde a arrepender-nos. Em todo o caso, não se deve
fazer este ato senão depois de madura reflexão, e de acordo com o próprio diretor.
(Fonte: Compêndio de Teologia e Ascética e Mística - AD. Tanquerey - 1961)
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