Santo Ofício: A Heresia Espírita (Parte II)
Allan Kardec - O pai da Heresia Espírita moderna |
1. ALLAN KARDEC E SUA CODIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO
Hippolyte Uon Denizard Rivail, mais conhecido por seu pseudônimo
"AlIan Kardec", nasceu em Lião, França, no dia 3 de outubro de 1804,
de família católica. Com a idade de 10 anos é enviado a Yverdun, Suíça, ao
Instituto de Educação dirigido por João Henrique Pestalozzi. Lá ficou até 1822.
O ambiente religioso daquele Instituto era protestante e liberal, que
identificava religião com moralidade. Vai então a Paris. Já em 1824 publica um
"Curso prático e teórico de aritmética segundo princípios de Pestalozzi,
com modificações". Em 1825 funda e dirige uma escola primária. No ano
seguinte estabelece sua Instituição Rivail, segundo o modelo que conhecera em Yverdun. Publicou
vários livros pedagógicos e didáticos. De boa formação geral e cultural, era metódico,
didático, lógico e claro na exposição. Trabalhou ainda como contabilista.
Sabia bem o alemão e o inglês, além do francês, o que o levou a ocupar-se
também como tradutor. Em 1826 casou-se com a professora Amélie Gabrielle
Boudet, nove anos mais velha que ele e de boa situação financeira. Não tiveram
filhos. A partir de 1855 dedicou-se inteiramente ao espiritismo. Morreu no dia
31 de março de 1869, em Paris, com a idade de 65 anos incompletos.
2. Ainda jovem, em 1823, Rivail começou a interessar-se pelo
"magnetismo animal", um movimento então em voga, chamado também
"mesmerismo", porque criado pelo médico austríaco Francisco Antônio
Mesmer (1733-1815), instalado em Paris desde 1778. Quando, em 1853, as
"mesas girantes e dançantes", vindas dos Estados Unidos, invadiram a
Europa, os mesmeristas ou magnetistas de Paris tomaram a si o estudo deste
curioso fenômeno, tratando de explicá-lo com suas teorias
"magnéticas" e "sonambúlicas". Em fins de 1854, o
magnetista Fortier comunicou a Rivail o fenômeno das mesas dançantes que
"falavam", isto é, respondiam mediante pancadas às perguntas feitas.
Este fato mudaria completamente sua vida. Num manuscrito sobre "A minha
primeira iniciação no espiritismo", publicado nas Obras póstumas, Rivail
descreve os passos iniciais que o conduziram à codificação do espiritismo.
Depois de presenciar pela primeira vez a dança da mesa na casa da Sra. Plainemaison,
em maio de 1855, Rivail teve uma intuição fundamental (cito a 20ti edição da
FEB):
- "Eu entrevia naquelas aparentes futilidades, no passatempo que
faziam daquele fenômeno, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma
nova lei, que tomei a mim estudar a fundo" (p. 267).
Naqueles dias, o Sr. Baudin, magnetista, organizara sessões semanais
em sua casa, com as duas filhas "sonâmbulas" (mais tarde cunhou-se a
palavra "médium") e Rivail começou a participar nestas sessões. Sua
intuição se fez mais clara:
- "Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia
empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão
controvertido do passado e do futuro da humanidade, a solução que eu procurara
em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas idéias e nas
crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspeção e não
levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir"
(p. 268).
O grupo de Carlotti, com Vitorien Sardou, Saint-René Taillandier,
Pierre-Paul Didier e Tiedeman-Marthese, já havia constituído um verdadeiro
centro "espírita", que trabalhava na casa de Roustan, com a
"sonâmbula" (médium) Srta. Japhet e já tinha reunido cerca de 50
cadernos de comunicações diversas. Em 1856 Rivail passou a freqüentar também
este centro. Levava para cada sessão uma série de questões preparadas e
metodicamente dispostas, para as quais pedia e supunha receber respostas dos
"espíritos".
No dia 25 de março de 1856, na casa de Baudin, sendo médium uma das
filhas, Rivail aceita a revelação de ter como guia um espírito chamado "A
Verdade". Depois ficará sabendo que se trataria do próprio Espírito
Santo, o Espírito da Verdade, que Jesus Cristo prometera enviar, como lemos no
Evangelho segundo João:
"Tenho ainda muito a vos dizer, mas não podeis agora compreender.
Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena" (Jo
16,12-13). Mais tarde Rivail escreve esta nota acerca da importante revelação:
"A proteção desse espírito, cuja superioridade eu então estava longe
de imaginar, jamais, de fato, me faltou. A sua solicitude, e a dos bons
espíritos que agiam sob suas ordens, se manifestou em todas as circunstâncias
da minha vida, quer a me remover dificuldades materiais, quer a me facilitar a
execução dos meus trabalhos, quer, enfim, a me preservar dos efeitos da
malignidade dos meus antagonistas, que foram sempre reduzidos à impotência. Se
as tribulações inerentes à missão que me cumpria desempenhar não me puderam ser
evitadas, foram sempre suavizadas e largamente compensadas por muitas
satisfações morais gratíssimas" (p. 276).
No dia 12 de junho de 1856, o Espírito da Verdade lhe teria comunicado
sua missão de reformador:
- "Previno-te de que é rude a tua missão, porquanto se trata de
abalar e transformar o mundo inteiro" (p. 282).
4. Rivail começa a trabalhar intensamente sobre o material acumulado
pelo grupo de Carlotti, e as respostas que ele mesmo recebera no centro de
Roustan. Em seu depoimento pessoal publicado nas Obras p6stumas, informa
acerca dos trabalhos preparatórios de sua primeira grande obra espírita:
"Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da
comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e
muitas vezes remodeladas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira
edição de O livro dos espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril
de 1857" (pp. 270-271).
Este dia 18 de abril de 1857 é considerado pelos espíritas como dia da
fundação do espiritismo.
É a obra fundamental da codificação da doutrina espiritista, com o
seguinte subtítulo: "Princípios da doutrina espírita sobre a imortalidade
da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis
morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade, segundo os ensinos
dados por espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns, recebidos e
coordenados por Allan Kardec".
5. Allan Kardec é o
pseudônimo usado por Rivail.
A partir daquele dia 18 de abril de 1857 desaparece o Sr. Hippolyte Uon
Denizard Rivail, para dar lugar a Allan Kardec. Este teria sido seu nome ao
tempo dos druidas, em encarnação anterior. Numa carta a Tiedeman, de
27-10-1857, Rivail explica assim seu pseudônimo: "Duas palavras ainda a
propósito do pseudônimo. Direi primeiramente que neste assunto lancei mão de
um artifício, uma vez que dentre 100 escritores há sempre 3/4 que não são
conhecidos por seus nomes verdadeiros, com a só diferença de que a maior parte
toma apelidos de pura fantasia, enquanto que o pseudônimo Allan Kardec guarda
uma certa significação, podendo eu reivindicá-lo como próprio em nome da
doutrina. Digo mais: ele engloba todo um ensinamento cujo conhecimento por
parte do público reservo-me o direito de protelar... Existe, aliás, um motivo
que a tudo orienta: não tomei esta atitude sem consultar os espíritos, uma vez
que nada faça sem lhes ouvir a opinião. E isto o fiz por diversas vezes e
através de diferentes médiuns, e não somente eles autorizaram esta medida, como
também a aprovaram".
Notemos uma vez mais a data da publicação da obra fundante do
espiritismo: 18-4-1857. Recordemos também que Rivail começou a ocupar-se com
as novas revelações em maio de 1855. Portanto o tempo de coleção, estudo,
coordenação e "remodelação no silêncio da meditação" de todo o
material acumulado não durou nem dois anos. É certo que aquela primeira edição
de 1857 foi depois "inteiramente refundida e consideravelmente
aumentada" para a segunda edição, publicada em março de 1860, que é até
hoje o texto definitivo da codificação espírita.
6. É preciso assinalar também que Rivail não era nenhum especialista em
matéria de religião e muito menos em teologia. Em bora fosse católico (foi batizado
numa igreja católica no dia 15-61805), recebeu uma formação religiosa do tipo
protestante-liberal no Instituto do calvinista Pestalozzi, inteiramente avesso
aos princípios (dogmas) da fé cristã, contentando-se "com uma religião natural,
com um deísmo filosófico à Rousseau, com um cristianismo racionalista", no
dizer de seu biógrafo Gabriel Compayré, citado por Zeus Wantuil em Allan Kardec
(vol. I, p. 70). Nas críticas constantes que Rivail depois fará, já agora
como "Allan Kardec", à doutrina da Igreja, é fácil perceber que ele
desconhecia a reflexão teológica sistemática séria sobre a fé cristã. Ele
aceitará sem maiores escrúpulos mensagens "do além", como esta
recebida no dia 30-91863 e reproduzida em suas Obras
póstumas:
- "É chegada a hora em que a Igreja tem de prestar contas do
depósito que lhe foi confiado, da maneira por que pratica os ensinos de Cristo,
do uso que fez da sua autoridade, enfim, do estado de incredulidade a que levou
os espíritos. A hora é vinda em que ela tem que dar a César o que é de César e
de assumir a responsabilidade de todos os seus atos. Deus a julgou e a reconheceu
inapta, daqui por diante, para a missão de progresso que incumbe a toda
autoridade espiritual. Somente por meio de uma transformação absoluta lhe
seria possível viver; mas, resignar-se-á ela a essa transformação? Não, pois
que já não seria a Igreja; para assimilar as verdades e as descobertas da
ciência, teria de renunciar aos dogmas que lhe servem de fundamentos; para
volver à prática rigorosa dos preceitos do Evangelho, teria de renunciar ao
poder, à dominação, de trocar o fausto e a púrpura pela simplicidade e a
humildade apostólicas. Ela se acha nesta alternativa: ou se suicida,
transformando-se, ou sucumbe nas garras do progresso, se permanecer
estacionária" (p. 310).
7. O espiritismo, tal como foi codificado por Allan Kardec, surgiu
claramente como movimento oposto à Igreja. No dia 15 de abril de 1860 um
"espírito" comunica a Allan Kardec:
- "O espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na terra.
Ele reformará a legislação ainda tão freqüentemente contrária às leis divinas;
retificará os erros da história; restaurará a religião de Cristo que se tomou,
nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a
verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai
diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de
um altar..." (p. 299).
E no dia 9 de agosto de 1863 recebe Kardec este aviso "do
além":
- "Aproxima-se a hora em que te será necessário apresentar o
espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a verdadeira
doutrina ensinada pelo Cristo. Aproxima-se a hora em que, à face do céu e da
terra, terás de proclamar que o espiritismo é a única tradição verdadeiramente
cristã e a única instituição verdadeiramente divina e humana" (p. 308).
8. O espiritismo se apresenta como "terceira revelação". A
primeira, dizem os espíritas, veio por Moisés; a segunda por Jesus Cristo; e a
terceira através dos "espíritos", principalmente do "Espírito
da Verdade", o "Consolador" prometido por Jesus (cf. Jo 16,12-13
), que teria sido o espírito guia de Allan Kardec, segundo a mensagem que ele
teria recebido a 25-3-1856, ou, como lhe foi revelado no dia 14-9-1863:
"Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu
derredor e tal que não a podes negar" (p. 309).
De fato, Allan Kardec, em A gênese, cap. I, sobre o caráter da
revelação espírita, sustenta ser o espiritismo "a terceira das grandes
revelações" (n. 20). Segundo ele, a primeira, de Moisés, revelou aos
homens a existência de um Deus único e os dez mandamentos (n. 21); a segunda,
de Cristo, mostrou que Deus não é o Deus terrível, ciumento e vingativo de
Moisés; e revelou a imortalidade da alma e a vida futura (n. 22-25). Continua
então Allan Kardec, no n. 26:
- "Entretanto, o Cristo acrescenta: 'Muitas das coisas que vos
digo agora ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não
compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém,
enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as
coisas e vo-las explicará todas' (S. João, caps. XIV, XVI; S. Mat., capo
XVII)".
Observe-se que esta citação é inexata e, como tal, não se encontra em
parte nenhuma dos Evangelhos. Nem consta que Jesus teria dito que o Espírito da
Verdade "restabelecerá todas as coisas". Esta afirmação foi feita por
Jesus com relação a Elias (cf. Mt 17,11). Da arbitrária citação feita, conclui
Allan Kardec:
- "Se o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que julgou
conveniente deixar certas verdades na sombra, até que os homens chegassem ao estado
de compreendê-las. Como ele próprio o confessou, seu ensino era incompleto,
pois anunciava a vinda daquele que o completaria; previra, pois, que suas
palavras não seriam bem interpretadas, e que os homens se desviariam do seu
ensino; em suma, que desfariam o que ele fez, uma vez que todas as coisas hão
de ser restabelecidas: ora, só se restabelece aquilo que foi
desfeito".
Mais adiante, no n. 42, Allan Kardec garante aos seus leitores:
- "O espiritismo realiza todas as promessas do
Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito da
Verdade que preside ao grande movimento da regeneração, a promessa da sua
vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador".
O espiritismo seria,
por conseguinte, o Consolador.
A verdade, porém, é que a promessa de Jesus acerca do Espírito da
Verdade não foi tão vaga para um futuro tão incerto e distante. Jesus se
dirigia diretamente aos Apóstolos que estavam então com ele na última ceia:
"Rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que
convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade... O Paráclito, o
Espírito, que o Pai enviará em meu nome, é que vos ensinará tudo e vos
recordará tudo o que eu vos disse" (10 14,16-17.26). E pouco antes de
sua ascensão mandou aos Apóstolos: "Eis que eu vos enviarei o que meu Pai
prometeu do Alto" (Lc 24,49). E lhes disse ainda: "O Espírito Santo
descerá sobre vós e dele recebereis força" (At 1,8). Alguns dias depois,
na festa de Pentecostes, quando estavam reunidos na sala de Jerusalém, "de
repente veio do céu um ruído semelhante ao soprar de impetuoso vendaval, e
encheu toda a casa onde se achavam. E apareceram umas como línguas de fogo,
que se distribuíram e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram cheios
do Espírito Santo" (At 2,1-4).
Era a vinda do Espírito da Verdade.
9. O
espiritismo tem a pretensão de ser religião. Já vimos a comunicação
("do além") do dia 9-8-1863, proclamando que "o espiritismo é a
única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição divina e
humana". Vimos também a comunicação, sempre "do além", de
15-4-1860, segundo a qual o espiritismo "instituirá a verdadeira
religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus,
sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar".
No dia 1º de novembro de 1863, Allan Kardec fez na
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas um discurso sobre o tema: "É
teu. Por isso permanecei nesta cidade. até serdes revestidos da força o
Espiritismo uma Religião?" (reproduzido em Reformador, março de
1976, pp. 78-82). Apresentou então um resumo da Doutrina Espírita, terminando
com estas palavras:
- "Eis o Credo, a religião do espiritismo, religião que pode
conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a
Deus. Esse é o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de
pensamentos, enquanto se espera que ele ligue todos os homens sob a bandeira da
fraternidade universal".
Aqui no Brasil, a Federação Espírita, por seu Conselho Nacional, em
sua reunião de 5-7-1952, declarou oficialmente e por unanimidade que "o
espiritismo é religião". Em outra oportunidade a mesma Federação fez esta
declaração:
- "Os espíritas do Brasil, reunidos no II Congresso Espírita
Internacional Panamericano, com expressões de maior respeito à liberdade de
pensamento e de consciência, afirmam que, no Brasil, a Doutrina Espírita, sem
prejuízo de seus aspectos científicos e filosóficos, é fundamentada no
Evangelho de Cristo, certo de ser o Consolador Prometido de que nos
falam aqueles mesmos Evangelhos. Por isso é que nós outros, que vivemos no
Brasil ligados à doutrina espírita, consideramo-la a religião".
No prefácio ao livro Religião, de Carlos Imbassahy (de 1944;
cito a edição de 1982, da FEB), escrevia o Sr. Guillon Ribeiro, então
presidente da Federação Espírita Brasileira:
- "Surgindo, como dissemos, em cumprimento de uma das promessas do
Cristo, que personifica a única Igreja verdadeiramente universal, o espiritismo
é, sem dúvida, a revivescência do vero cristianismo, agora desempecido de
todos os véus da letra, de todas as obscuridades do mistério, do manto
maravilhoso do milagre, as três principais geratrizes dos dogmas. Nenhuma outra
doutrina, conseqüentemente, lhe pode disputar a qualidade de religião. Tão predominante
é nele essa qualidade, que não há tê-lo por 'uma' religião, mas como 'a'
religião, no mais lato sentido do vocábulo".
O atual presidente da Federação, o Sr. Francisco Thiesen, insiste, na
obra Allan Kardec, vol. III, 1982, p. 53:
- "Os que se atêm ao fato de que o espiritismo é a religião -
não apenas mais uma religião - sabem, como sabia o insigne Allan Kardec,
que é de todo intolerável, além de contraproducente, pretender competir com
qualquer das religiões - manifestações fragmentárias da revelação -, pois o
espiritismo em verdade as abrange".
Assim leio no órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, Reformador,
junho de 1979, p. 19: "Não há fugir: se o espiritismo, na conceituação
de seu Codificador, realiza todas as promessas do Cristo a respeito do
Consolador, vindo até a completar o ensino do Cristo, e se o grande intérprete
do sentir das entidades espirituais nos assevera que o espiritismo evangélico
é o Consolador, ilógico seria, portanto, que não aceitássemos o espiritismo
como religião" .
Escrito por Julio Severo | 12 Junho 2012
Artigos - Governo do PT
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Os organizadores da parada estão criticando políticos e comerciantes por não terem dado dinheiro suficiente para a realização do evento. Só faltaram dizer que não dar dinheiro para sua farra é “homofobia”.
De acordo com o Datafolha, a parada gay de São Paulo, ocorrida neste domingo, teve 270 mil pessoas. A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, inconformada com esse resultado, disse que esse número é “impossível”.
Contudo, o jornal Folha de S. Paulo, dono do Datafolha, nunca antes foi acusado de mentiroso por gayzistas e esquerdistas.
Meu blog e outros meios de comunicação sérios já vinham apontando, desde 2007, que atribuir milhões de participantes à parada gay de São Paulo era um inchamento impraticável.
Esse inchamento está finalmente sendo reconhecido por antigos aliados esquerdistas do supremacismo gay.
A mídia brasileira atribuiu o baixo número de participantes da parada gay deste ano à diminuição de financiamento. Sem dinheiro de patrocinadores e do governo, a farra murcha.
“Está muito mais pobre, com menos gente, menos carros, menos divulgação”, disse o travesti Desire Viana, de 33 anos, que todo ano ajuda a parada.
Houve 100 atendimentos médicos, a maioria por embriaguez.
No ano passado, essa farra, de acordo com a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, atraiu mais de 4 milhões de pessoas — número contestado pela Folha de S. Paulo. Com esse número inchado, amplamente promovido, os organizadores se sentiram com poder de desafiar a tudo e a todos. E desafiar foi o que fizeram. O título da parada foi “Amai-vos Uns Aos Outros” — uma paródia das palavras de Jesus, aplicadas ao sexo homossexual.
A paródia foi muito mais longe ao exibir cartazes de santos católicos em posições eróticas, afrontando abertamente o princípio constitucional que proíbe o ultraje aos símbolos religiosos. Mesmo com o flagrante ultraje, as autoridades pretensamente preocupadas com os chamados direitos humanos não adotaram nenhum medida de punição aos violadores do princípio constitucional.
Quem se levantou para defender os católicos contra o ultraje foi Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
A fala de Malafaia foi interpretada como um ataque à parada gay, quando na verdade sua mensagem forte apenas denunciou o descarado ataque da parada gay à religião católica. Ele foi acusado de “homofobia” por ter feito o que a própria esquerdista CNBB não fez: defender os católicos de uma afronta homossexualista.
Em 2006, também se sentindo ofendida, a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo recorreu ao Ministério Público Federal contra meu blog, porque meus textos sobre homossexualismo deixam claro que a prática homossexual — seja por base bíblica ou médica — não é normal. O principal motivo de acusação foi este artigo “Marcha para Jesus ou Parada Gay: Quem é realmente vítima de preconceito?”.
O catolicismo é a religião da maioria do Brasil. Ao afrontar a fé católica em sua parada de 2011, os organizadores gays deram um tiro no pé.
Estão agora coçando a cabeça e os bolsos tentando entender por que o financiamento e os carnavalescos estão abandonando a farra tão festejada pela mídia e governo.
Eles estão deprimidos que seus habituais números inchados estão sendo questionados, contestados e recusados. Esse estado de depressão poderá levá-los a desejos de suicídio, talvez comovendo o governo a tal ponto que declare que não aceitar inchamentos homossexualistas é “homofobia”.
Os organizadores da parada estão criticando políticos e comerciantes por não terem dado dinheiro suficiente para a realização do evento. Só faltaram dizer que não dar dinheiro para sua farra é “homofobia”.
O tema da farra este ano foi “Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização”. Criminalizando, vai ser fácil debochar de santos católicos e outros cristãos e ainda por cima acusar as vítimas de “homofobia”.
Mas os comerciantes e políticos, muitos dos quais têm ligações católicas, acharam que os organizadores da parada foram longe demais no ultraje a culto do ano passado.
Ultraje a culto tem cura: educação e criminalização.
Cadeia nos organizadores gays que cometeram os ultrajes e obscenidades contra os católicos!
www.juliosevero.com
Confira também o comentário em vídeo de Nivaldo Cordeiro.
A duas notícias mais importantes de hoje (11) são o refluxo de público da parada gay, que ocorreu ontem, e a entrevista de Marcio Thomas Bastos, ex-ministro da Justiça, no site do Uol. O refluxo da parada gay eu já esperava e se nota pela ausência dos principais postulantes ao cargo de prefeito de São Paulo neste ano. Deixou de ser celeiro de votos para ser fonte de perda de apoio popular. Márcio Thomas Bastos se fez portador de queixa do partido governante contra a imprensa livre. Bom sinal. O partido governante não tem como calar a imprensa livre. O PT fica assim mais longe de suas pretensões totalitárias.
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