Liturgia II: AS LITURGIAS ORIENTAIS

Liturgia Bizantina

As Liturgias orientais podem-se reduzir a dois grupos, que tomam sua denominação dos centros principais: Jerusalém e Alexandria.

I. O primeiro é o grupo da Liturgia de Jerusalém.

1. A Liturgia chamada de S. Tiago, é sem dúvida, fundamentalmente obra do primeiro bispo de Jerusalém. Pode ser considerada tipo das Liturgias orientais. (Kössing Kaulen, s. v. Kirchenlexikon.)

2. A Liturgia antioquena. Conhecemo-la só por algumas observações de S. João Crisóstomo. Antioquena é também a Liturgia clementina conservada no livro 8.° das "Constituições apostólicas", que são, quanto à redação, obra de teólogo antioqueno feita cerca de 380. Esta desapareceu.

53. 3. A Liturgia jacobitica. Em versão siríaca está em uso nas igrejas dos monofisitas chamados jacobitas, conforme o nome do autor do cisma, Jacó Baradai (1- 578). Contam-se perto de 50 "Liturgias" de menos importância criadas por eles. A Liturgia normal é permitida aos "unidos" com Roma.

54. 4. A Liturgia dos maronitas traz o nome de S. Marão (+ cerca de 423). Tem muitos elementos da Igreja romana: é em língua siríaca antiga.

5. A Liturgia armênia, com elementos gregos e mesmo romanos, introduzidos na época das cruzadas.

6. A Liturgia nestoriana, em Curdistão, na Pérsia, em língua siríaca.

7. A Liturgia caldéia, é o rito dos nestorianos unidos no século XVI com Roma, na Síria, Pérsia, Iraque; tem elementos romanos.

8. A Liturgia siro-malabárica, igual à Liturgia nestoriana. A Liturgia dos "unidos" tem elementos romanos.

55. 9. A Liturgia bizantina, semelhante na sua ordem à de S. Tiago (Kóssing, Kaulen no Kirchenlexikon, s. v. Liturgia), usa três fórmulas atribuídas a três santos: uma a S. Gregório Magno, outra, breve e mais antiga, a S. João Crisóstomo, a última a S. Basílio, mais extensa e modificada por este santo. Estas duas últimas existem em língua grega entre os gregos, entre os russos em russo, entre os sérvios, rutenos e búlgaros em eslavo antigo, entre os geórgios em geórgio, entre os romenos em romeno. Além da Liturgia bizantina, também a romana foi traduzida em eslavo antigo por S. Cirilo e está ainda em uso. Em algumas dioceses é permitido escrever os livros litúrgicos, sem mudar o texto, em, glagólico, forma antiga e por isso muito estimada das letras eslavas. Na última edição do missal eslavo (1927) só o cânon é impresso em letras glagolíticas, o resto do missal em letras latinas: Como se vê, a Liturgia bizantina conquistou grande parte do Oriente. Outrora em vigor na Itália meridional e Sicília, hoje está restringida a poucas dioceses. II. O segundo grupo é o de Alexandria, no Egito.

56. 1. A Liturgia egípcia, atribuída a S. Marcos, fundador da Igreja de Alexandria; é em língua grega. Desapareceu debaixo da influência do patriarcado de Constantinopla. A única em vigor desde então foi a bizantina. A antiga Liturgia de S. Marcos ainda é usada sob o nome de Liturgia de S. Cirilo, traduzida para várias línguas, inclusive a arábica (Melchitas).

2. A Liturgia cóptica é de S. Cirilo (= S. Marcos) em língua saídica e boáirica, dois dialetos da língua egípcia.

57. 3. A Liturgia etiópica é o monumento mais antigo de Liturgia fixa. Foi escrita no III século com o nome de apostoliké parádosis (tradição apostólica) e é atribuída a S. Hipólito. Estava muito espalhada no Oriente, mas conservou-se só em versão cóptica, e é usada na Etiópia na língua antiga geez sob o nome de "Liturgia dos santos apóstolos"; é a Liturgia normal, ao lado da qual existem cerca de 10 outras.

Fonte: Doutrina Católica - Manual de instrução religiosa para uso dos Ginásios, Colégios e Catequistas voluntários - Curso Superior - Terceira parte - Meios de Santificação - Liturgia - Livraria Francisco Alves - Editora Paulo de Azevedo Ltda - São Paulo; Rio de Janeiro; e Belo Horizonte - 1927

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