Sexta-Feira da Cruz de Nosso Senhor: Da crucifixão de Jesus

Eis-nos chegados à crucificação, ao último tormento que deu a morte a Jesus Cristo, eis-nos no Calvário, feito teatro do amor divino, onde um Deus deixa a vida num mar de dores. “E depois de chegados ao lugar chamado Calvário, aí o crucificaram” (Lc 23,33). Tendo o Senhor chegado com grande dificuldade, mas ainda vivo ao monte, arrancaram-lhe pela terceira vez com violência suas vestes pegadas às chagas de sua carne dilacerada e o estenderam sobre a cruz.

O cordeiro divino deita-se sobre esse leito de tormentos, apresenta aos carnífices suas mãos e seus pés para serem pregados e, levantando os olhos ao céu, oferece ao seu eterno Pai o grande sacrifício de sua vida pela salvação dos homens. Cravada uma mão, contraem-se os nervos, sendo por isso necessário que à força e com cordas se puxassem a outra mão e os pés ao lugar dos cravos, como foi revelado a S. Brígida, o que ocasionou a contorção e rompimento com dores horríveis dos nervos e das veias (Liv. 1, c. 10), de tal maneira que se podiam contar todos os ossos, como já predissera Davi: Atravessaram minhas mãos e meus pés e contaram todos os meus ossos (Sl 21,17).

Ah, meu Jesus, por quem foram cravados vossas mãos e vossos pés sobre esse madeiro senão pelo amor que tínheis aos homens? Vós quisestes com a dor de vossas mãos traspassadas pagar todos os pecados que os homens cometeram pelo tato e com a dor dos pés quisestes pagar todos os passos que demos para vos ofender. Ó meu amor crucificado, abençoai-me com essas mãos traspassadas. Cravai aos vossos pés este meu coração ingrato, para que eu não me separe mais de vós e fique sempre minha vontade obrigada a amar-vos, já que tantas vezes se revelou contra vós. Fazei que nada me mova
além de vosso amor e do desejo de dar-vos gosto. Ainda que vos veja suspenso nesse patíbulo, eu vos reconheço por senhor do mundo, pelo Filho verdadeiro de Deus e Salvador dos homens. Por piedade, ó meu Jesus, não me abandoneis mais no resto de minha vida e especialmente na hora de minha morte: nessa última agonia e combate com o inferno assisti-me e confortai-me para morrer no vosso amor. Eu vos amo, amor crucificado, eu vos amo de todo o meu coração.

V. Senhor, não nos trateis segundo os nossos pecados.
R. Nem nos castigueis segundo as nossas iniquidades.

Para um Bom Católico a sexta-feira é dia de Penitência e dia de meditar sobre a paixão do Senhor!

Para os mundanos dia de ignorar o Senhor em sua Cruz e agonia.

Fonte: A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo - Piedosas e edificantes meditações - sobre os
sofrimentos de Jesus - Por Sto. Afonso Maria de Ligõrio - Traduzidas pelo Pe. José Lopes
Ferreira, C.Ss.R. - VOLUME I

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