Catecismo Romano: "Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado".

Pela declaração de "não conhecer outra coisa senão a Jesus Cristo, e por sinal de crucificado" (1Cor 2,2), o Apóstolo acentua a grande necessidade de conhecermos este artigo, e o zelo que se deve ter os fiéis ao meditar a Paixão de Cristo.

A primeira parte deste artigo nos propõe a crer que Cristo Nosso Senhor foi crucificado, quando Pôncio Pilatos governava, em nome de Tibério César, a província da Judéia. Fora encarcerado, escarnecido, coberto de toda a sorte de opróbrios e tormentos, e finalmente pregado no madeiro da Cruz.

Ninguém deve supor que a parte inferior de sua alma ficasse isenta de torturas. Uma vez que Cristo assumiu, realmente, a natureza humana, força a reconhecer que também na alma sentiu dores fortíssimas. Esta é a razão de ter dito: "A minha alma está triste até a morte" (Mt 26,38).

É certo que a natureza humana estava ligada a Pessoa divina, mas nem por isso deixou de sentir menos amargura no momento da paixão. Era como se tal união não existisse; na pessoa única de Jesus Cristo se conservam as propriedades de ambas as naturezas. Por conseguinte, o que era passível e mortal continuou a ser passível e mortal; por sua vez, o que era impassível e imortal - como cremos ser a natureza divina - conservou suas propriedades.

Neste artigo, notamos como insiste em indicar que Jesus Cristo sofreu durante o tempo que Pôncio Pilatos governou a Judéia. Outra informação referente ao assunto seria que tais indicações provassem como realmente se cumpriu a predição de Nosso Senhor: "Entregá-lo-ão aos gentios", disse ele, "para ser escarnecido, flagelado e crucificado".

Devemos atribuir a um designo de Deus que Cristo, para morrer, escolhesse o madeiro da Cruz. Foi para que dali mesmo renascesse a vida, por onde tinha vindo a morte". Com efeito uma serpente que através de uma árvore vencera os nossos primeiros pais, foi vencida por Cristo na árvore da Cruz.

Poderíamos, ainda, alegar muitas outras razões, que os santos padres desenvolveram mais largamente, e por elas demonstrar, quanto convinha que Nosso Senhor sofresse, de preferência, a morte na Cruz.

Não eram os pagãos, os únicos a verem com repulsão o suplício da Cruz. A própria lei de Moisés chama de "maldito o homem que pende do madeiro" (Deut 21,23; Gal 3,13).

(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)

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